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28/07/2024 02:00, atualizado em 28/07/2024 02:00
O eleitorado venezuelano irá às urnas no domingo (28/7) para eleger o próximo presidente do país. Os principais candidatos são o atual presidente Nicolás Maduro e o ex-diplomata Edmundo González, que está reunindo forças de oposição para renovar as forças no país. Maduro é presidente desde 2013.
Desde o governo de Fernando Henrique Cardoso, o Brasil mantém relações inteligentes com a Venezuela, interrompidas durante os anos de governo de Jair Bolsonaro (PL). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que estava no campo político de Maduro, admitiu ter ficado “assustado” com o aumento do tom do venezuelano, que chegou a falar em um “banho de sangue” se perdesse nas urnas.
Em resposta, a contraparte pediu ao PT que bebesse “chá de camomila”. Maduro também desacreditou o processo eleitoral no Brasil, nos Estados Unidos e na Colômbia, ao mesmo tempo em que destacou a qualidade das eleições em seu próprio país.
Flavia Loss, professora de Relações Exteriores da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) e pesquisadora do Observatório do Regionalismo (ODR), analisa que a situação atual da Venezuela é imprevisível, em especial porque as pesquisas eleitorais do país não são confiáveis.
“Não sabemos o que está por vir, além das suspeitas de fraude. Não temos um termômetro genuíno do que está acontecendo, então dependemos muito das reações do próprio Maduro, que está muito preocupado e hostil com a oposição. Como se ele estivesse desperdiçando popularidade, para nós esta é uma indicação mais potente de que a oposição está ganhando terreno. Ninguém pode adivinhar o que vai acontecer em 28 de julho”, disse ele em entrevista ao Metropoles.
Segundo ela, “ganhando ou perdendo”, Maduro já levantou dúvidas sobre a lisura das eleições e haverá dúvidas sobre isso, “e não sabemos como Lula reagirá”.
“Acho que as relações do Brasil com Maduro serão tensas de qualquer maneira. E o papel do Brasil será muito importante, espero que o Brasil tenha mais visibilidade, se posicione mais como líder junto com a Colômbia, para o momento de transição, caso Maduro perca. Porque será um momento muito sensível na política venezuelana, que na verdade é imprevisível e pode provocar uma onda de movimentos, o que é muito perigoso”, disse ele.
Para o professor Pedro Feliú, do Departamento de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP), “o mais importante nessa relação bilateral, no caso do Brasil, é o interesse econômico que o Brasil ainda tem na Venezuela, que é um importante importador”. .
“Com o aumento do valor do petróleo, ainda há uma opção para a recuperação da economia e do poder de compra do governo venezuelano. O Brasil, portanto, mantém esse interesse. E não acho que as declarações incoerentes e diplomaticamente desastrosas de Maduro vão minar os direitos básicos do Brasil. objetivo de se aproximar da Venezuela”, explicou.
“A vitória da oposição enfrenta muitos desafios”, disse Flavia Loss. A primeira é a incerteza sobre a reação de Maduro caso perca as eleições. Depois, a oposição reunida a pedido de González terá que decidir se permanecerá unida e fará uma transição com o governo do então presidente.
“Acho que eles [os opositores] tiveram muito apoio estrangeiro, porque o regime de Maduro não é popular entre outras democracias, mas, apesar disso, o seu desafio é imenso. Edmundo González terá que ser muito capacitado politicamente”, analisou.
Feliú, por outro lado, falou de um cenário mais “otimista”, em que Maduro seria preso ou deixaria a Venezuela. Na opção mais “pessimista”, o venezuelano reconheceria o resultado ou o ignoraria para alegar fraude.
“O Brasil, na minha opinião, deve renovar sua posição, assim como Joe Biden [presidente dos Estados Unidos] defendeu a democracia brasileira e desempenhou um papel vital em 8 de janeiro de 2023, alerta, por meio de canais diplomáticos, o exército e componentes da elite política. que se aventurou no golpe, alertou que os Estados Unidos não reconheceriam [o golpe] e que certamente estariam no horizonte sanções contra a economia brasileira. Ajudou a manter a democracia no Brasil e acho que o Brasil faz o mesmo”, disse ele.
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