Como funcionava um banco criado por meio de uma facção para lavar drogas

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22/04/2024 07:09, atualizado em 22/04/2024 08:08

Um banco montado por grupos criminosos para lavar dinheiro do tráfico de drogas no exterior foi desmantelado pela Polícia Federal no Pará. Segundo a empresa, o First Capital Bank surgiu há quatro anos e descobriu por meio de uma denúncia anônima, em 2022.

Após meses de investigações, a PF deflagrou uma operação no dia 4 de abril. A Crónica de Na Mira deu os principais pontos da operação desse dia.

A operação ocorreu em sete estados e no Distrito Federal e resultou na prisão de outras 12 pessoas e na apreensão de computadores, carros de luxo, dinheiro e joias de uma das sedes do grupo, em São Paulo. O Supremo Tribunal Federal determinou a suspensão das atividades do banco e o congelamento dos valores nas contas da empresa.

Uma denúncia anônima, datada de julho de 2022, levou a polícia a um sítio em Curuçá, no Pará, onde mais de uma tonelada de cocaína foi encontrada. Outras duas pessoas foram presas em flagrante e celulares foram apreendidos.

A investigação do caso mostrou que os criminosos contratavam pescadores locais para transportar a cocaína em barcos de pesca, equipados com uma traseira dupla para esconder as drogas até chegarem à costa, de onde seriam enviadas para a Europa e África. venda da carga lavada para o First Capital Bank.

Os investigadores descobriram que os proprietários haviam capturado americanos e pessoas jurídicas, muitas das quais eram laranjas e empresas de fachada, para fazer transações monetárias no valor de milhões de dólares.

Segundo o delegado da PF do Pará, Lucas Gonçalves, houve uma movimentação monetária de mais de 50 milhões de reais entre 2022 e 2023. Segundo ele, a organização criminosa movimentou ainda mais do que o valor descoberto.

Os documentos dão a entender que Regiane Pereira de Oliveira é acionista majoritária do banco; Nelson Piery da Silva e Nailton Rodrigues Coelho são sócios da empresa e atuam como operadores do mercado financeiro.

Nailton preso. Nelson Piery e Regiane são considerados foragidos.

“Nossa linha de investigação é que essa mulher, que se apresentou como integrante do banco, sabia que sua ligação estava sendo usada, sim, para obter vantagens do grupo criminoso. Então, até este ponto da investigação, ela “não parece uma laranja que não sabe o que está acontecendo. Até agora, o que sabemos é que ela sabia que sua ligação estava sendo usada por equipes criminosas para lavar dinheiro”, disse o delegado ao Fantástico, na TV Globo.

Segundo a PF, Regiane, Piery e Nailton foram alvos de uma operação comercial em Minas Gerais no ano passado pelo mesmo crime de tráfico de drogas no exterior e lavagem de dinheiro.

O autoproclamado banco é uma empresa ativa na Receita Federal e foi registrado no Conselho Comercial de São Paulo, mas não como instituição monetária. O Banco Central disse que o First Capital Bank nunca foi autorizado a operar, e o Banco Central do Brasil disse que não estava registrado em seu sistema.

O suposto banco tinha um site, páginas nas redes sociais e até vídeos promocionais. Segundo a PF, não há como dizer se toda a base de visitantes tinha conhecimento de que o First Capital Bank controlava por meio de traficantes de drogas e que potenciais consumidores teriam que se manifestar. nos próximos dias, já que as operações da empresa foram suspensas.

A investigação avança agora para tentar entender de onde vieram os recursos e a ideia de criar o banco de drogas e cooptar os demais envolvidos.

Segundo a PF, o Pará, especialmente próximo ao litoral, é um local estratégico para o tráfico de drogas estrangeiras. Na verdade, o estado está próximo de países produtores de cocaína, como Colômbia e Bolívia, e tem uma enorme costa marítima de mais de 550 km, com várias rotas de transporte de drogas, seja por terra ou por rio.

A polícia aponta ainda que cidades pequenas, como Curuçá, estão no radar dos responsáveis pela distribuição dos produtos. Nessas zonas, os navios podem fugir da fiscalização nos portos legais e passar pelo interior do estado de forma mais discreta.

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