“As informações que tenho é que rapidamente se procederá à substituição de capitais [de Isabel dos Santos] sem que tenha nenhum impacto na situação laboral”, afirmou Luísa Salgueiro durante a reunião pública do executivo municipal.
A socialista respondia ao vereador da Proteção Civil e dos Transportes e da Mobilidade, José Pedro Rodrigues (PCP), que manifestou a sua preocupação com os trabalhadores da Efacec em função das alterações na estrutura acionista da empresa que têm vindo a público.
“Era importante a autarquia tomar a iniciativa junto da empresa de perceber a realidade concreta desta instabilidade”, disse José Pedro Rodrigues.
Luísa Salgueiro adiantou que, na semana passada, falou com responsáveis da empresa a este respeito que lhe transmitiram ter “boas notícias” quanto à venda da participação de Isabel dos Santos.
A autarca realçou que esses responsáveis lhe passaram a ideia de um “cenário de grande tranquilidade”, no sentido de estarem assegurados todos os postos de trabalho e de haver interesse no mercado para a substituição do capital da empresária angolana.
Assinalando que o processo está a decorrer com “serenidade”, Luísa Salgueiro revelou ainda que um grupo de trabalhadores fez um pedido de reunião à câmara, pedido esse que acabou por ser retirado.
Os trabalhadores da Efacec exigiram esta terça-feira que o Governo tome “as medidas necessárias” para defender os 2.600 postos de trabalho do grupo, rejeitando que o atual “momento conturbado” seja “pretexto” para uma maior degradação dos seus direitos.
“Registam os trabalhadores a preocupação do primeiro-ministro, António Costa, que em declarações à imprensa se mostrou muito preocupado com a situação da Efacec. Exigimos do primeiro-ministro e do Governo de Portugal que ajam em conformidade, que tomem as medidas necessárias para a defesa dos mais de 2.600 postos de trabalho e para que a Efacec continue a ser uma empresa nacional e de referência”, sustentam os trabalhadores dos polos da Arroteia (Matosinhos) e da Maia numa moção aprovada esta terça-feira em plenário por unanimidade.
Apelando ao executivo para que “não contribua para a degradação dos postos de trabalho e para a retirada de direitos”, os trabalhadores recordam António Costa que, “em novembro de 2017, o Site-Norte [Sindicato das Indústrias Transformadoras e Energia do Norte] e as suas comissões sindicais lhe enviaram uma carta demonstrando preocupação com o que se passava na Efacec, carta [essa] que, até à data, não obteve qualquer tipo de resposta”.