A história do bordado do uniforme do Brasil na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris

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Durante a celebração, delegações de países desfilam ao longo do Sena (1:02)

O barco brasileiro cruzou o Sena na Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 e o que também chamou a atenção foram os uniformes usados pelos atletas brasileiros.

As peças que contêm figuras da fauna brasileira, como a arara, o tucano e a onça, foram confeccionadas com bordados artesanais, criados através da Casa das Bordadeiras, organização de mulheres do semiárido do interior da cidade de Timbaúba dos Batistas . Grande do Norte.

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“Pegamos o tecido e cortamos no tamanho do pássaro ou animal, depois insinuamos com um lápis de grafite de carvão. Em seguida, todos os fios que compõem o bordado. Aí começamos a bordar de uma forma que não puxasse ou distorcesse o pássaro”, explicou Salmira Torres, uma das bordadeiras do grupo, em entrevista exclusiva à ESPN.

“Quando terminamos o bordado engomamos e lavamos para não manchar. Em seguida, aplicamos uma “cola”, que é um produto feito de goma herbácea com água fervente e que proporciona essa textura. Por fim, cortamos tudo e entregamos em condições na oficina para aplicação.

Salmira, uma das bordadeiras selecionadas pela Riachuelo, empresa fabricante de uniformes e esposa do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), para participar ao vivo da Cerimônia de Abertura e conheceu ontem, quinta-feira (25), vários atletas brasileiros na Casa Brasil, em Paris. . .

Durante o festival, delegações de países desfilam ao longo do Sena.

“Estou aqui para celebrar um de nossos projetos. Havia nossa invisibilidade, estávamos bordando e não sabíamos para onde ele estava indo ou quem ele era. Hoje sabemos quem veste o nosso casaco e vê-se ao vivo. . . É um momento de emoção maravilhosa.

“Quem olhar para a jaqueta saberá o preço adicional de uma jaqueta bordada. Não se trata apenas de bordado, trata-se da história e da cultura do tricô por ponto, sobre esse inegável dispositivo da avó e que carrega um pouco do nosso carinho e amor.

“Aqui constituo 80 bordadeiras de uma pequena cidade do interior do Rio Grande do Norte. Somos bordadeiras, somos pequenas e não temos medo de competir com as grandes”, disse Salmira, entusiasmada.

Para a bordadeira, essa oportunidade é ainda mais especial porque ela está com a prima Virna, ex-jogadora de vôlei e dupla medalhista olímpica, que se orgulha da “tia”.

“É uma honra estar aqui, sou filha de outras pessoas do nordeste. Minha mãe é do interior e sabia bordar. Minha avó nasceu na cidade do bordado (Timbaúba dos Batistas). Sinto-me lisonjeada por ter aqui um familiar que mostra seu valor”, disse ela em entrevista exclusiva no evento de lançamento da Casa Brasil.

“O bordado é muito especial. Eles fazem isso fio a fio, é para poucos. As bordadeiras brilham e constituem minhas raízes porque as demais do Nordeste são um povo sobrevivente e eu correspondo às minhas origens”, completou o atleta. que ganhou o bronze nos Jogos Olímpicos de Atlanta em 1996 e Sydney em 2000.

A “realização” desta comissão começou há mais de dois anos e sua entrega final ocorreu no rito que marca o início dos Jogos Olímpicos de Paris.

“Mais de 500 famílias estão nesse processo. Desde a criação, ao corte e logística. Quando olhamos para os pilares dos Jogos Olímpicos, sustentabilidade e justiça, pensamos também em sustentabilidade social”, explicou a diretora de marketing da Riachuelo, Cathyelle Schroeder. em uma entrevista exclusiva.

“A gente tem um projeto social chamado Pró-Sertão, que engloba o munícipio de Timbaúba dos Batistas, onde um terço da cidade trabalha com o bordado”, completou.

Os uniformes, no entanto, acabaram sendo criticados na internet por serem “simples demais” e um vídeo criticando o kit que veio em uma sacola de pano também viralizou.

Questionado sobre a polêmica em torno dos uniformes brasileiros, o diretor da empresa responsável pelos figurinos e vestimentas para o rito de abertura respondeu.

“Nosso papel tem sido estar em conformidade com o que o cliente pensa e nosso cliente agora é nosso atleta. Temos uma organização de acompanhamento e estamos coletando seu feedback. “

“Quando chega a denúncia, vem tudo um atrás do outro, mas por exemplo, essa bolsa (que tem sido criticada) nem é nossa, não faz parte da nossa entrega. Guardamos a mala e os uniformes que chegaram em outro lugar. contexto. Mas, como toda controvérsia cercou o uniforme, a bolsa associada.

No entanto, essas críticas não deram atenção a Salmira ou às outras bordadeiras. Ela diz que tem muito orgulho de suas pinturas e nem ouviu esse tipo de comentário.

“Agradeço a Deus por ter nascido com essa habilidade de bordar. É transmitido de geração em geração, minha avó bordada e minha mãe também. Tivemos até quatro gerações de bordadeiras na mesma casa”, concluiu.

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