A lei brasileira está passando por um terremoto silencioso. De um lado, Jair Bolsonaro, que não é elegível até 2030, está tentando apoiar o PL. Por outro lado, Nikolas Ferreira, de 28 anos, deputado mais eleito do país em 2022, questiona a velha guarda com discursos jovens e viraliza nas redes sociais. O confronto expõe uma disputa pelo longo prazo do conservadorismo no Brasil.
Em entrevista à revista West, Bolsonaro apontou nesta sexta-feira (24) a “direita limpa” e os candidatos “inexperientes”. Comparada a uma “velha canoa” capaz de navegar “rios inteiros de Piranhas”, metáfora de Sua experiência política. Embora a sua vocação não seja Nikolas Ferreira, que, aos 30 anos em 2026, concorre à presidência sem alterações constitucionais.
As tensões aumentaram depois que Nikolas embarcou em uma cruzada para reduzir a idade mínima do Senado de 35 para 30 anos. Se aprovada, a PEC 18/25, proposta pelo melhor amigo Eros Biondini (PL-MG), permitiria que Minas Gerais disputasse um cargo em Minas Gerais Bolsonaro, porém, critica os “oportunistas” do partido e alerta: “As eleições sem mim serão democráticas”.
Com 16 milhões de seguidores no Instagram, Nikolas usa as redes para ampliar influência. Seu vídeo contra a taxação do Pix (324 milhões de visualizações) pressionou o governo a recuar e atraiu 4,5 milhões de novos seguidores. Ele nega usar marqueteiros, mas aliados de Bolsonaro apontam coordenação com Duda Lima, estrategista do ex-presidente.
Agora o Senado está apontando. “Se o PEC for aprovado, eu ficaria satisfeito em constituir minas”, disse ele. Mas a proposta divide os aliados do PL: Bolsonaro teme as vantagens dos rivais, como Tabata Amaral (PSB-SP), e perturbaram Eduardo Bolsonaro no estado de São Paulo.
A de Nikolas ameaça a designação bolsonarista para 2026. Enquanto o PL tenta reunir um único candidato (surge Tarcísio Freitas), nomes como Gusttavo Lima e Pablo Marçal fragmentam a direita. Bolsonaro insiste em liderar, mas a Justiça Eleitoral mantém sua inelegibilidade.
O ex-presidente também critica a “selagem” e a “terceira via”, acusando os jovens de favorecerem “curtidas” em detrimento de projetos. Para ele, a direita só vencerá unida sob sua liderança. Nikolas, porém, responde com ações: visitou os Estados Unidos, encontrou-se com Trump e obteve “profecias” sobre o seu futuro presidencial.
A PEC é o nó da disputa. Se aprovada, Nikolas poderá ser senador em 2026. Se barrada, seguirá como deputado, mantendo pressão interna. Bolsonaro, por sua vez, tenta equilibrar apoio a aliados (como Eduardo e Tarcísio) e frear rivais.
Enquanto isso, a base bolsonarista se divide: parte vê Nikolas como renovação; outra, como risco à unidade. Em 2026, o PL precisará decidir se aposta em velhas bandeiras ou abraça a nova geração.
Uma coisa é certa: a guerra de gerações está apenas começando. E o vencedor apenas delineará o longo prazo do partido, mas também a orientação da direita brasileira.
No turbilhão da política brasileira, onde velhas e novas lideranças disputam espaço, o blog de Esmael continua decifrando os corredores do poder. A guerra entre Bolsonaro e Nikolas Ferreira é mais do que um choque de egos: mostra os dilemas de um movimento que busca se reinventar sem desperdiçar sua identidade. Para nos atermos aos próximos capítulos desse conflito geracional, atenha-se às nossas análises exclusivas. A política não o impede, e nós também não.
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