Os vaga-lumes usam seus dispositivos de iluminação por meio de uma habilidade chamada bioluminescência, que os ajuda a conversar com outros membros de sua espécie ou a impressionar seus parceiros. Porém, algumas espécies de aranhas conseguiram “decodificar” o sinal e passaram a utilizá-lo a seu favor, para atrair suas presas, como mostra estudo publicado na Current Biology nesta segunda-feira (19).
O artigo mostra que aranhas da espécie Araneus ventricosus prendem vaga-lumes machos em suas teias e depois manipulam sinais suaves para imitar os flashes típicos emitidos por vaga-lumes fêmeas. Esses flashes simulados atraem outros homens para a web e são sua próxima refeição.
Para o estudo, a equipe analisou os sinais do vaga-lume e o comportamento da aranha. As observações mostraram que a teia da aranha capturou mais vaga-lumes machos quando a aranha estava por perto.
Por meio dessa observação, os pesquisadores descobriram que os sinais criados por vaga-lumes machos nas teias na presença de aranhas se assemelhavam mais aos sinais emitidos pelas mulheres: esses homens presos usavam sinais de pulso único que usavam apenas uma lanterna e não ambas, como de costume.
O que mais intrigou os cientistas é que os vaga-lumes machos capturados na internet raramente atraíam outros homens quando estavam sozinhos e a aranha não estava por perto.
Com isso, a teoria é que os homens não estavam modificando seus flashes como algum tipo de sinal de miséria. A equipe acredita que as aranhas ajustam o sinal dos vaga-lumes.
“A. ventricosus pratica comunicação interespecífica enganosa primeiro capturando vaga-lumes machos em sua rede e, em seguida, predispondo os vaga-lumes machos presos a transmitir sinais bioluminescentes que se desviam dos sinais de charme feminino emitidos por A. ventricoseus males. terminalis e, em vez disso, imitam os sinais de charme masculino. geralmente feitos por mulheres”, diz o estudo.
“O resultado é que os vaga-lumes machos presos transmitem sinais falsos que atraem mais vaga-lumes machos para a teia”, acrescentam os pesquisadores.
A própria equipe reconhece que são necessários estudos de longo prazo sobre quais mudanças precisas na tendência suave dos vaga-lumes presos e que influência específica as aranhas têm sobre isso.
Fonte: Biologia Atual