Rússia acusa misteriosa empresa norte-americana de enviar mercenários para Kursk

Métropolesmetropoles. com

24/08/2024 02:00, atualizado em 24/08/2024 02:00

A crescente tensão entre a Rússia e os Estados Unidos abriu uma nova falência após a invasão ucraniana de Kursk. Segundo Moscou, os mercenários americanos contribuíram para a ofensiva iniciada em 6 de agosto. A publicação por meio de uma empresa americana no Instagram foi a origem da acusação.

Em 15 de agosto, o Grupo de Observação Avançada (FOG) postou uma foto nas redes sociais mostrando três combatentes vestindo roupas militares e armas pesadas. A cidade russa, alvo da ofensiva ucraniana, sabe a localização do posto.

“Crianças em Kursk”, escreveu a empresa na legenda.

Fundada por Derrick Bales, um ex-soldado de infantaria do Exército dos EUA que se tornou influenciador de guerra, a caixa de atividades da FOG está envolta em mistério e obscurantismo.

No site oficial, a empresa se descreve como uma “boutique de educação tática e consultoria de segurança”, mas não detalha o que oferece.

Sem muitas informações, a página se limita a divulgar dois itens: uma bandeira e um emblema com a logomarca de uma corporação do exército norte-americano chamada Canoe Club.

No entanto, as próprias reportagens da mídia americana levantam suspeitas sobre as reais atividades da FOG, que possui informações sobre outras pessoas relacionadas à empresa na Europa Oriental desde a Batalha de Donbass.  

A essa altura, Derrick Bales havia feito vários cargos em conjunto com uma organização FOG na linha de frente. A Vice News questiona a presença do ex-soldado dos EUA na linha de frente do conflito. Bales, no entanto, afirmou que estava no domínio de documentar a guerra.

A Metropoles investigou a FOG e questionou seu escopo de atividade, bem como o possível envolvimento de combatentes relacionados à corporação na invasão de Kursk. A empresa não entrou em contato com ele novamente até que o relatório fosse publicado.

A emissora estatal RIA Novosti também procurou contactar a companhia militar de Derrick Bales, que se recusou a responder a perguntas sobre a possível participação de combatentes ligados ao FOG na ofensiva ucraniana.

“Com todo o respeito aos líderes dos serviços de segurança ucranianos, todas as perguntas devem ser dirigidas a eles. Não temos comentários”, disse a FOG à RIA na última segunda-feira (21/8).

Embora não esteja claro se a FOG é ou não uma empresa de segurança pessoal, como a Blackwater, o governo russo usou esta publicação como evidência fiel do envolvimento de mercenários americanos na invasão de Kursk – e do envolvimento direto dos Estados Unidos na invasão. Invasão de Kursk. La guerra de invasão.

“A participação de uma corporação militar dos EUA (PMC) junto com as forças armadas ucranianas na invasão demonstra a participação dos Estados Unidos como ator direto no conflito”, disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia em um comunicado à imprensa na sexta-feira. (8/20) referindo-se ao FOG.

Além da foto dos 3 combatentes, Moscou se baseou nas acusações de um soldado ucraniano capturado na batalha de Kursk.

Ruslan Poltoratsky teria dito durante o interrogatório que mercenários estrangeiros de língua inglesa estavam na região no momento do ataque.

“Quando cruzamos a fronteira russa, a primeira coisa que pensei foi que havia barulho nas linhas. Mas então percebi o que eles estavam dizendo. Eles falavam inglês, polonês, talvez até francês. Eu não percebi nada”, disse Poltoratsky em um comunicado divulgado pela mídia estatal russa.

Anteriormente, o Kremlin já havia acusado os Estados Unidos, assim como o Reino Unido e a Polônia, de planejar a invasão de Kursk com forças ucranianas.  

Por meio do projeto oficial do país na Organização das Nações Unidas (ONU), a Rússia emitiu um alerta sobre o uso de armas americanas em seu território.

“O uso de armas dos EUA em Kursk, na Ucrânia, ou em qualquer outro lugar para nós é um ato de escalada e terá consequências sérias”, declarou Dmitry Polyansky, primeiro representante permanente adjunto da Rússia nas Nações Unidas.

Desde o início dos combates na Ucrânia, o governo de Vladimir Putin criticou o governo de Washington por Kiev. O cenário piorou quando a liderança de Joe Biden deu luz verde ao uso de armas dos EUA em ataques ucranianos em território russo.  

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