O relator negocia redução de impostos para compras de até R$ 50; Votação adiada

O relator do projeto de lei que regulamenta o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), deputado Átila Lira (PP-PI), negocia uma alíquota reduzida de imposto sobre compras no exterior de até 50 dólares, medida incluída no texto que prevê incentivos para o setor automotivo. Na ausência de um acordo sobre o comércio eletrônico, a votação foi adiada mais uma vez.

De acordo com a proposta incluída na Mover, o imposto seria de 60% sobre todos os produtos importados. Uma opção, apresentada por meio do presidente da Frente Parlamentar de Empreendedorismo (FPE), deputado Joaquim Passarinho (PL-PA), seria impor uma alíquota de 45% de imposto de importação para empresas cadastradas no Remessa Compliance, programa criado por meio do governo federal. Receita para a acumulação de empresas estrangeiras de comércio eletrônico.

Na tarde desta quarta-feira, o líder do Governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), enviou um recado para informar aos deputados que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua se opondo ao fim da isenção para compras de até 50 dólares.

“Caros amigos, digo que a prioridade do governo na consulta plenária de hoje (quarta-feira) é a votação e aprovação do PL 914/2024. Também gostaria de dizer que o presidente Lula me pediu para “votar contra a tributação das compras. Cédulas internacionais de até US$ 50 no e-commerce”, diz a mensagem enviada por Guimarães para grupos de WhatsApp, recebida pelo Estadão/Broadcast.

O imposto sobre compras externas de até US$ 50, que afeta sites asiáticos como Shein e Shopee, é defendido pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Apesar de rivais, PT e PL trabalharam juntos para reverter a medida por meio de destaques após a votação do texto principal do PL.

Na terça-feira, Lira citou uma pesquisa que constatou que a maioria dos consumidores em sites asiáticos que seriam afetados até o fim da isenção para compras de até R$ 50 são de classe alta. O deputado alagoano também é pressionado por empresas varejistas brasileiras precisarem de “uma posição equivalente” com empresas estrangeiras.

“Tivemos estudos do FSB, um instituto, que mostram que quase 60% dos consumidores dessas empresas estão nas categorias A e B”, disse Lira a jornalistas.

“Então, essa coisa de dizer que são os menos privilegiados que vão perder poder aquisitivo. . . Vamos ter de ponderar a manutenção do emprego, a indústria nacional, os festivais com as empresas nacionais, que não estão a pedir derrogações, estão a pedir igualdade. Tudo isso será feito pelos líderes com o relator”, acrescentou.

Segundo o presidente da Câmara, a PEC será votada “praticamente” sem a medida que considera compras externas de até 50 dólares, em entrevista exclusiva ao Estadão/Broadcast, o vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro da Indústria. Ele defendeu a separação dos textos, como pedido do PT.

Na semana passada, empresas e corporações do setor têxtil nacional prepararam um manifesto a favor dessa medida. Nos bastidores, empresas brasileiras chegaram a ameaçar transferir sua produção para o Paraguai caso as plataformas estrangeiras fossem tributadas.

No manifesto, os comerciantes afirmam que a não imposição de impostos sobre compras de pequeno valor na Ásia explica uma “absoluta falta de igualdade fiscal”, com os fabricantes nacionais pagando impostos de apenas cerca de 90% e os bens importados pagando apenas 17%. ICMS.

Em abril de 2023, o Ministério da Fazenda anunciou o fim da isenção do imposto de importação para transações entre pessoas físicas, usadas por meio de plataformas estrangeiras para fugir do pagamento de impostos. Apesar de serem pessoas jurídicas, essas empresas fizeram parecer que o processo de compra e venda ocorre entre pessoas físicas.

No entanto, o Palácio do Planalto reverteu essa decisão, após repercussão negativa nas redes sociais e um apelo da primeira-dama Rosângela da Silva a Janja.

Com o fator de volta à pauta, o partido de Lula se aliou ao Centrão e defendeu que a medida fosse retirada do projeto do Mover. Inicialmente, o presidente da Casa de Governo, José Guimarães (PT-CE), disse que o Planalto não se posicionaria, mas acabou mudando de rumo a pedido do próprio presidente da República.

O PT queria divulgar o projeto, denunciado pelo deputado Paulo Guedes (PT-MG), que trata do mesmo assunto e está bloqueado no CFT. De forma mais branda, o texto do parlamentar mantém a isenção para produtos abaixo de US$ 50, prevê uma alíquota de imposto de importação de 40% para peças entre 50 e cem dólares e de 60% para peças acima de cem dólares.

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