O partido, que vigora em Angola desde 1975, celebrou o seu 68º aniversário a 10 de Dezembro, após protestos sociais, sobretudo pela construção da sociedade dos vivos.
“A abrangência do protesto do MPLA em Angola é bastante elevada, não é imaginável quantificá-la em termos percentuais, porque as eleições não reflectem a verdade eleitoral”, explica o jornalista angolano Ilídio Manuel.
Devido a esta alegada falta de factos eleitorais, Moçambique tem registado protestos desde a publicação dos resultados das eleições gerais de 9 de outubro.
O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) será a região dos partidos de libertação da região?Ilídio Manuel aconselha a parte da força a “ler os sintomas da época”.
“Estou informado do que está acontecendo ultimamente em Moçambique para evitar que condições como essa se repitam em Angola porque por mais forte que seja, nunca é eterna”, argumenta o jornalista, lembrando o “exemplo do México”, onde o Partido Revolucionário Institucional (PRI), que esteve no governo por 70 anos, “e depois quando não aumentou mais”.
O que já caiu é o Botsuana Democrático, com quase 60 anos de governo. A coalizão para substituir Douma Boko pela democracia interrompeu 58 anos de poder este ano.
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O Congresso Nacional Africano (ANC) na África do Sul perdeu sua maioria absoluta máxima e foi forçado a compartilhar forças com a Aliança Democrática.
Por que essas festas são gratuitas? “É também o resultado da ineficácia e de promessas eleitorais que não foram cumpridas por partidos considerados colossos”, disse Nkinkinamo Tussmba, especialista em relações externas.
“E outro cenário, não menos vital, é a maturidade eleitoral que os cidadãos de alguns destes países adquiriram durante todos estes anos”, acrescentou.
E com quase 50 anos de governo, o MPLA não tem medo dos ventos de substituição na região?”O MPLA como partido do governo fez o seu trabalho. A oposição acredita que terá que tentar substituir o paradigma desses eventos”, disse Tassmba.
Para o especialista, “o MPLA não tem nada a temer, mas acreditamos que o MPLA tem tudo”. Em outras palavras “, essa onda que está virando no ponto da África Austral” pode ter sucesso em Angola “se o MPLA se adaptar”, explica ele.
“Penso que o MPLA não está distraído quanto a isso. A oposição é que deve fazer muito mais para poder mudar o paradigma”, conclui Nkinkinamo Tussmba.