Corrida de rua vem ganhando mais adeptos no Brasil e é alternativa para combater o estresse

Respiração ofegante, suor escorrendo, coração levemente acelerado ao ritmo das passadas e a brisa do vento batendo no rosto. Quando o corpo para, a sensação de bem-estar está ali. O “barato” da corrida de rua é real e está conquistando cada vez mais adeptos no Brasil.

Desde 2016, o crescimento anual de participantes em corridas de rua no país foi de 20%. A informação é do “State of Running 2019”, mapa global de corrida recreativa feito pela IAAF (sigla em inglês da Associação Internacional de Federações de Atletismo) e do site RunRepeat.com.

O mapa global analisou 107,9 milhões de resultados de 70 mil eventos de corridas de rua realizados em 193 países entre 1986 e 2019. Para além de um hobbie com diversos benefícios para a saúde (veja mais ao lado), a corrida de rua também se tornou um mercado que movimenta muito dinheiro. Entre as principais áreas desta indústria dos pés no asfalto estão o varejo especializado, o de suplementos alimentares e o das assessorias esportivas para os praticantes.

No caso específico dos eventos de corrida de rua, as oportunidades de negócio são ainda maiores. “Além da inscrição, tem toda a prestação de serviços ligada à infraestrutura, locação de bens móveis, tendas, grades, sanitários, material de trânsito, hotelaria, serviço de alimentação e pessoal”, explica Thadeus Kassabian, diretor da Yescom, empresa que organiza algumas das principais corridas de rua do Brasil, como a São Silvestre e a Meia Maratona de São Paulo e do Rio.

A tradicional São Silvestre, por exemplo, é uma das corridas que mais cresceram no Brasil. No ano 2000 foram cerca de 20 mil inscritos, número que subiu para 35 mil em 2019.

Os impactos econômicos desse boom das corridas de rua são positivos, claro. Mas o que os especialistas celebram mesmo são os benefícios na saúde de quem pratica corrida. Segundo o professor da FCA (Faculdade de Ciências Aplicadas) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Leandro Mazzei, trata-se de excelente alternativa para combater o sedentarismo.

“A corrida proporciona uma melhor condição de vida física”, diz ele. “A maior parte das pessoas que começam a correr toma gosto pelo movimento e não volta mais para o sedentarismo que pode acarretar em problemas circulatórios e respiratórios.” Segundo ele, correr também ajuda psicologicamente, como descarga para o estresse do dia a dia, e na socialização, quando se corre em grupos.  Confira os benefícios:

• Curto prazo: melhora do humor, redução da pressão arterial e regulação do apetite

• Médio prazo: ganho de resistência, melhora do sono e controle da temperatura corporal

• Longo prazo: fortalecimento do corpo e maior longevidade

50,2% dos participantes de corridas de rua no mundo é composto por mulheres. É a primeira vez desde 1986 que a participação feminina supera a dos homens. A estimativa de crescimento anual de participantes em provas disputadas no Brasil desde 2016é de 20%. O estudo não divulgou o número exato de praticantes por país. A média de idade das pessoas que participam de corridas de rua em todo o planeta é 39,3 anos. Os dados também são do mapa global “State of Running 2019”

O Metro te dá quatro dicas para começar a praticar hoje mesmo. Vamos?

1.Procure um profissional

Antes de começar a correr, é fundamental procurar um profissional devidamente credenciado junto ao Cref (Conselho Regional de Educação Física). Ele irá ajudar no planejamento e identificar a evolução gradativa do corredor.

2.Tênis correto, resultado certo

Não corra com qualquer tipo de calçado, nem saia comprando o mais caro que encontrar na loja. Existem tênis para iniciantes e para profissionais. É importante comprar de acordo com a necessidade e o bolso de cada um.

3.Devagar e sempre

Chegou a hora de finalmente ocupar parques e ruas para correr. Mas vá com calma! Comece devagar para evitar contusões. A evolução da distância percorrida é feita de forma gradativa, de acordo com a condição física de cada pessoa.

4.Em grupo é melhor

Correr em grupo diminui o índice de desistência da prática. Ir acompanhado faz com que a pessoa tenha continuidade. “Uma coisa é correr sozinho, outra é ter alguém ao seu lado para dividir a experiência e apoiar”, diz o professor Leandro Mazzei.

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