Filha do Prêmio Sakharov Ilham Tohti não sabe se o pai está vivo

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A filha de Ilham Tohti, professor universitário uigur preso na China acusado de promover o “separatismo”, não sabe se ele ainda está vivo, segundo afirmou Jewher Ilham à AFP antes de receber em nome de seu pai o Prêmio Sakharov de liberdade de consciência concedido pela Eurocâmara.

Tohti, 50 anos e considerado por Pequim um terrorista, foi condenado em 2014 à prisão perpétua.

Um ano antes, ele foi preso pela primeira vez no aeroporto de Pequim quando se preparava para viajar para os Estados Unidos a convite da Universidade de Indiana.

Sua filha mais velha, que o acompanhou, conseguiu abordar e tem vivido lá desde então.

PERGUNTA: você Sabe como está o teu pai hoje em dia?

RESPOSTA: A última vez que ouvi falar de meu pai foi em 2017, também a última vez em que ele recebeu uma visita de sua família (…) Ele estava em confinamento solitário, mas desde então não sabemos nada. Não sei se ele ainda está vivo. Quero saber apenas isso, mas ninguém está autorizado a visitá-lo. Disseram-me que um dos vencedores recentes do Prêmio Sakharov acaba de ser libertado da prisão [o cineasta ucraniano Oleg Sentsov]. Espero que o mesmo aconteça com meu pai. Ele não merece passar mais um dia na prisão.

P: Pequim condenou a seu pai, “separatismo”. Eu queria mais autonomia para a província de Xinjiang (noroeste da China, povoada principalmente por uigures, de maioria muçulmana)?

R: Meu pai nunca disse uma palavra sobre uma separação do país. O governo chinês não pode apresentar nenhuma prova disso. A maioria das pessoas não sabe quem são os uigures ou como somos. Meu pai criou um site para transformá-lo em uma plataforma de intercâmbio e discussão entre uigures, chineses e outras minorias. Mas isso chamou a atenção do governo chinês. Eles ameaçaram fechar o site, mas meu pai se recusou. Eles o ameaçaram muitas vezes. O governo não queria que essa plataforma existisse, não quer que os cidadãos sejam informados. Eles acusaram meu pai de criticá-los, mas ele não criticou ninguém, apenas relatou fatos e fez propostas para melhorar a situação dos uigures.

P: Como é a vida dos uigures na China?

R: De medo. Todo mundo vive com medo. Não há mais um sentimento de paz, de alegria. O governo chinês diz que garante a existência de uma sociedade feliz depois de colocar essas pessoas em centros de reeducação. Não estou de acordo. Como você pode ser feliz se estiver longe de sua família? Estou viva e bem, mas estou feliz? Não, não estou e não faço parte de nenhum lado. Eu gostaria muito de morar novamente na China. Sinto falta da minha família, da comida, de tudo. Se eu não corresse o risco de ser morta, esfaqueada na rua ou enviada para um campo de prisioneiros, adoraria voltar para lá.

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