247 – Em vez de comemorar os efeitos inteligentes da economia brasileira, o mercado monetário já pressiona pelo aumento da taxa básica de juros. Fernando Genta, economista-chefe da XP Asset, defendeu o aumento da taxa Selic, gerando um superaquecimento da economia, como justificativa para sua aparição no podcast Stock Pickers na última quinta-feira, segundo o Infomoney. No entanto, esta posição suscita dúvidas, dado que o conhecimento existente mostra que a inflação está controlada no Brasil, sem sintomas transparentes de um aumento significativo.
Genta citou um mercado de trabalho fisicamente poderoso e a expansão do PIB estimada em cerca de 3% como sinais de uma economia em aceleração. Além disso, apontou para um aumento na massa salarial e nos salários reais, o que, segundo ele, poderia simplesmente exercer uma pressão ascendente sobre a inflação. No entanto, estas observações parecem esquecer que a taxa de inflação tem permanecido dentro dos limites estabelecidos pelo próprio Banco Central, sem os preocupantes picos que normalmente acompanhariam uma economia verdadeiramente sobreaquecida.
Dados recentes do Banco Central do Brasil reforçam o conceito de que a economia está crescendo, mas não necessariamente superaquecendo. O índice de atividade econômica (IBC-Br) subiu 1,40% em junho, bem acima do consenso dos analistas do LSEG, que esperavam 0,50%. Na comparação com junho do ano passado, o indicador subiu 3,2% e acumulou expansão de 2,1% no ano, o que indica crescimento constante, mas controlado.
Além disso, as projeções de Genta para a liderança de Gabriel Galípolo, diretor de política financeira do Banco Central, recomendam uma substituição iminente na presidência do banco central que traria um novo rumo à política financeira. No entanto, é questionável se isso é uma reação ou simplesmente uma medida preventiva que poderia, paradoxalmente, desestabilizar a economia.
Os mercados financeiros já refletem expectativas de ajustes nas políticas financeiras, mas é fundamental saber se essas expectativas são baseadas em pesquisas informadas ou pressões do mercado.
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