O nadador português Diogo Ribeiro é o jovem “fenómeno” do desporto nacional há anos.
Em 2023, em Fukuoka, no Japão, o jovem de apenas 18 anos “quebrou” a barreira que faltava em Portugal, subindo ao pódio dos Campeonatos Mundiais de Natação, sagrando-se vice-campeão mundial nos 50 metros borboleta, demonstrando assim o previsão do “fenómeno” de que se vangloria há anos, somando recordes nacionais, um máximo mundial júnior e inúmeras conquistas pelo caminho, desde 3 títulos mundiais júnior até à medalha de bronze na estreia nos Campeonatos da Europa e, hoje, uma medalha de prata em sua estreia no campeonato mundial sênior.
No Centro de Alto Rendimento do Jamor treina através do técnico Alberto Silva, conhecido como Albertinho, o menino que trabalhou com César Cielo e Thiago Pereira no Brasil, atletas que conquistaram medalhas olímpicas pelo Brasil.
Com a ajuda do treinador brasileiro, o nadador de Coimbra avaliou os seus efeitos na natação puramente portuguesa e desde então quebrou todas as barreiras. Em 2023, alcançou o resultado mais produtivo alguma vez alcançado por um nadador português, com a medalha de prata nos 50m borboleta nos Campeonatos do Mundo, em Fukuoka, Japão, aos 18 anos.
Tricampeão do mundo júnior em Lima, no Peru, em 2022, controlou o terceiro pódio de Portugal no Campeonato da Europa, bateu recordes nacionais e um recorde mundial júnior e, quando em julho de 2023 se qualificou para a final dos 50 borboleta, é o terceiro português na história a fazê-lo, depois de Alexandre Yokochi (Madrid 1986) e Ana Barros (Perth 1991).
Fê-lo ainda mais e no final da prova recebeu o empurrão final que lhe permitiu chegar à prata na distância não olímpica, na qual detém o recorde mundial júnior, e cortou o seu anterior recorde máximo em 16 centésimos.
Mas o mais produtivo ainda estava por vir. No Campeonato Mundial de Doha, em fevereiro de 2024, foi proclamado campeão mundial nos 50 metros borboleta, dando a Portugal a primeira medalha de ouro da história num Campeonato do Mundo. Uma medalha de ouro que mereceu honras excecionais nos principais desportos nacionais, sejam eles quais forem. raro nos chamados esportes amadores.
FOTOS: Imagens do nome da borboleta 50 metros através de Diogo Ribeiro, em Doha
Este sábado, Diogo Ribeiro voltou a fazer história ao conquistar a segunda medalha de ouro para Portugal nos Campeonatos do Mundo, nos cem metros borboleta.
FOTOS: Imagens do nome da borboleta dos 100 metros de Diogo Ribeiro em Doha
Para o diretor técnico da natação (DTN), a medalha de ouro nos 50 metros borboleta nos Mundiais é “uma confirmação de continuidade” para Diogo Ribeiro. Em declarações à agência Lusa, José Machado salientou que este é um “momento único para a natação portuguesa”.
“Para o Diogo [Ribeiro] é uma confirmação de continuidade, passou do nome de campeão mundial júnior a vice-campeão mundial e agora campeão mundial absoluto. ao mais alto nível lá fora, mas não é apropriado tirar outras conclusões”, disse José Machado.
Diogo Ribeiro é já um atleta isolado em termos de conquistas, superando todos os outros com este registo inédito, e as expectativas só podem crescer até Paris 2024, Jogos Olímpicos para os quais já se classificou em outras três distâncias.
Muito antes de “brilhar” em Doha em 2024 e em Fukuoka em 2023, o recordista nacional nos 50 e cem livres e nos 50 e cem borboleta já tinha demonstrado, como sempre, uma certa timidez e introspeção, limitando-se a prometer “nadar bem” no “grande sonho” da sua estreia nos Campeonatos do Mundo Sénior em 2022
“Trabalhei para isso e agora poder estar aqui, em tempos muito competitivos, é um grande sonho. Espero que tudo corra bem”, disse ele simplesmente. 2023 mostrou o que iria acontecer, 2024 mostrou.
Na final dos 50 metros borboleta, ele não largou bem, mas no final conquistou o ouro, à frente do americano Michael Andrew (23,07) e do australiano Cameron McEvoy (23,08), que ficaram em segundo e terceiro, respectivamente. Ele nem achava que tinha vencido.
“Não tenho palavras neste momento”, respondeu o nadador benfiquista de 19 anos temporariamente e sem demora após a prova. “O arranque não foi inteligente, mas estou muito satisfeito por ser campeão do mundo,” concluiu Diogo Ribeiro.
Raro em palavras, devido à sua tenra idade, a gentileza e a disponibilidade andam de mãos dadas com o trabalho e a dedicação, que não se cansa de destacar, e de correr em colaboração com a equipa técnica e os seus companheiros.
Além disso, em julho de 2021, um grave acidente de moto, “preso” por um caminhão pesado, o deixou à beira do abandono do esporte, com parte do dedo indicador da mão direita, fratura no pé, hematomas e queimaduras.
A fisioterapia permitiu-lhe aos poucos regressar aos estudos e colocar-se no auge nacional de uma habilidade quase pronta para sair da piscina.
Na sua carreira, ainda muito curta mas já intensa, jogou no Náutico Acadómico de Coimbra e no União de Coimbra, mas foi depois do “salto” para o Benfica, em 2021/22, que o clube de Coimbra se tornou famoso, e em 2022 efeitos cumpridos que lhe conferem algum outro status.
Em julho, “anunciou” na Argélia, nos Jogos do Mediterrâneo 2022, em Oran, a primeira medalha de ouro portuguesa na natação nesta prova, precisamente nos 50 metros borboleta, pela qual já detém o recorde nacional e se tornou recordista titular da competição. campeonato.
Se você “já tinha uma ideia” antes de sair, o ouro veio depois de também fazê-lo na classificação.
“Mas falei com meus treinadores, que me ajudaram psicologicamente, e à tarde fizemos o que eu não achava que faria”, descreveu ele mais tarde a jornalistas no Complexo Olímpico de Oran.
Além disso, afirmou que os pódios alcançados na Argélia são um bom presságio para os europeus em Roma no mês seguinte e que em termos de ouro, para ele “pode ser muito mais”.
“É trabalho, você tem que continuar correndo e é isso que se destaca. (. . . ) Espero que no Campeonato Europeu eu possa fazer história novamente”, disse ele.
Está dito e feito: a 12 de agosto, em Roma, conquistou o bronze nos 50 metros borboleta, que já marcou de forma indelével a história do desporto português, o terceiro pódio nos Campeonatos da Europa, depois de Yokochi, claro, e através de Alexis Santos.
“Agora é a hora de continuar trabalhando. Sinto que posso ir mais longe”, disse Diopass Ribeiro, então com apenas 17 anos, numa final que teve “ecos” nesta: o italiano Thomas Ceccon venceu e o francês Maxime Grousset conquistou a prata. trocou de posição com os franceses, apenas o domínio dos transalpinos.
Enquanto aproveitava o sono para se alimentar, como explicou em Roma, no Peru, gostou de destacar “muito trabalho” que se traduz em pódios, quando é tricampeão mundial e recordista mundial júnior no único não -Categoria de distância olímpica que ele domina.
“Neste momento só tenho de dedicar esta medalha ao meu círculo familiar e a todos aqueles que me apoiaram, à minha equipa técnica, ao meu treinador, ao meu clube e à minha federação”, frisou.
O presidente da Federação Portuguesa de Natação, António José Silva, descreve-o como um “grande campeão”, acredita que possivelmente tem “muito para melhorar” e acredita que está “perante um atleta excecional” que trará “grandes feitos”, como explicou a Lusa.
A fasquia é alta, sobretudo com os olhos postos em Paris 2024, para a qual já se qualificou em 3 distâncias, com a certeza de ter triunfado em cada passo da evolução para proporcionar os efeitos mais produtivos alguma vez registados para Portugal.
Na capital francesa também é imaginável “atacar” outro passo que os portugueses evitaram: a presença nas finais olímpicas, que só Alexandre Yokochi controlou, mas até agora tem sido um ano de competições e pódios.
“Estou muito entusiasmado com todo o trabalho que minha equipe e eu realizamos no ano passado. É incrível. Como você provavelmente sabe, sofri um acidente de moto. Vir de lá para chegar aqui e ganhar uma medalha, a primeira para Portugal, é muito importante”, declarou, após receber a prata, perante os microfones do Mundial de Esportes Aquáticos.