A resolução unânime do Comitê de Política Monetária (Copom) de fixar a taxa Selic em 10,50% ao ano está em linha com o que os analistas de mercado já esperavam, mas deixa em aberto questões sobre os rumos de longo prazo da nossa economia.
É perceber o que levou a essa resolução para manter a taxa, e além da resolução em si, avaliar as subjetividades previstas no tom seguido pela declaração do Banco Central (BC), que optou por não assinar os próximos passos, saindo do mercado. ainda mais em alerta.
A princípio, o tom tem sido menos duro do que o esperado, especialmente porque desde o último Copom tivemos um cenário econômico bastante complexo, com desvalorização do câmbio, desconfiança do mercado em relação à capacidade do governo e vontade política de atingir os objetivos fiscais. . , e algum ceticismo dos investidores, o que levou a uma volatilidade contínua no mercado de ações e a uma queda significativa nos preços das ações.
Acredito que a publicação da ata da reunião ajudará a interpretar melhor a visão do Banco Central. No entanto, pôde-se perceber que o Banco Central não assumiu, evidentemente, uma piora do balanço de riscos após uma situação econômica conflituosa. O BC optou por adotar uma leitura simétrica, apresentando as razões pelas quais a inflação está acima do esperado: a desancoragem das expectativas, a expansão da inflação acima da meta e a pressão inflacionária geral, resultante de questões políticas internas e externas.
Esse costume não agradou ao mercado, que esperava a manutenção da taxa Selic, embora acompanhada de uma declaração mais agressiva. O efeito imediato foi uma subida do dólar e das taxas de juro de longo prazo, bem como uma queda nos custos de seguros. ações, especialmente de pequena capitalização.
O fato é que o mercado monetário brasileiro está dividido sobre se o Banco Central avaliará aumento ou juros para setembro.
Alguns analistas acreditam que a Colômbia pode manter a sua taxa de juro em 10,50% anualmente até ao primeiro trimestre de 2026, enquanto outros argumentam que a deterioração da situação económica pode levar a Colômbia a reconsiderar a sua posição e a considerar também um aumento das taxas de juro.
Um dos principais objetivos da política financeira é usar ferramentas de vigilância e controle que ajudem a manter a inflação o mais próximo possível do centro da meta de 3 centavos, mantendo assim a economia equilibrada e promovendo o crescimento.
No entanto, esse saldo sensível em situação de incerteza e a opção de dominância fiscal coloca o Banco Central em posição de vigilância preventiva e o mercado em alerta, buscando a proteção das taxas de juros de renda fixa, mantendo, assim, a volatilidade do mercado de ações. .
O fato é que o domínio fiscal – quando a política financeira é influenciada pela política fiscal do governo – é um risco, uma vez que o governo realiza uma política fiscal expansionista, com maiores gastos e dívida pública, impondo maiores tensões e dificuldades no mercado . Banco Central de Controle da Inflação.
Se você pesquisar aqui na Forbes, encontrará inúmeros artigos nos quais falo sobre investimentos mais interessantes para cenários de alta ou queda da Selic. No entanto, a coisa mais importante a ter em mente é que seus planos de investimento devem ser baseados em seus objetivos e cronogramas. Só assim será imaginável aproveitar o máximo de oportunidades produtivas de cada ciclo econômico.
Se o seu objetivo é aumentar os seus ativos, combinar contribuições que aproveitem as taxas de títulos ainda muito altas e ações corporativas que foram recentemente subvalorizadas é um caminho muito viável.
Mas se você é um investidor mais conservador e está preocupado com a volatilidade do mercado de ações, ainda hoje pode aproveitar os retornos de baixo risco com ótimas negociações em títulos públicos e privados.
O fato é que o mercado monetário continuará cauteloso, diante do número de variáveis macroeconômicas cuja direção ainda não está definida, seja a ameaça fiscal brasileira ou a perspectiva de um corte nas taxas de juros nos Estados Unidos. Por conseguinte, não seria prudente ter de antecipar movimentos através da alteração do plano de atribuição.
Como digo, todos os cenários têm oportunidades de investimento e o cenário atual, apesar das incertezas, ainda oferece as características certas para quem busca um portfólio equilibrado.
Eduardo Mira é investidor, analista do CNPI, graduado em pedagogia empresarial, coordenador do MBA em Planejamento Financeiro e Análise de Investimentos da Anhembi Morumbi, cônjuge do Clube FII e fundador da holding monetária MR4 Participações.
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