O Independiente planeja rebatizar seu estádio para homenagear sua maior lenda: Ricardo Enrique Bochini

O Independiente atravessa uma crise inegável. O Rojo ocupa o 15° lugar no Campeonato Argentino e, muito pior, irá amargar por décadas a derrota sofrida para o Racing há pouco mais de uma semana – quando os rivais arrancaram o triunfo mesmo jogando todo o segundo tempo com dois jogadores a menos. A diretoria em Avellaneda tenta se mexer para aplacar a fúria da torcida, que realiza protestos constantes. E, mesmo sendo uma manobra política, o clube anunciou algo bacana: planeja renomear o Estádio Libertadores de América como Estádio Ricardo Enrique Bochini – uma homenagem ao maior ídolo da história da equipe.

O antigo Estádio de La Doble Visera acabou renomeado em 2007, quando passou por uma ampla reforma. A partir de então, para exaltar os seus sete títulos continentais, os sócios do Independiente escolheram a alcunha imponente (e um tanto prepotente) de Libertadores de América. O nome Bochini estava naquele páreo, mas perdeu a eleição por 23 votos. No entanto, rebatizar a cancha em tributo a Bocha faz muito mais sentido. O velho craque já empresta seu nome a uma das ruas ao redor e a um dos setores nas arquibancadas.

Bochini não vestiu outra camisa ao longo de sua carreira. O armador defendeu o Independiente de 1972 a 1991, somando 714 partidas e 108 gols. O maestro esteve presente em quatro títulos da Libertadores e dois Mundiais, além de faturar o Argentino quatro vezes, incluindo aí uma das edições mais épicas da história. E o veterano ainda teve a honra de ser considerado o grande ídolo de Maradona na infância. O moral era tanto que Diego influenciou a presença de Bocha na Copa do Mundo de 1986, sua única pela seleção. Como reserva, a lenda pôde erguer a taça, em campanha protagonizada por seu fã ilustre.

Além de Bochini, outros dois veteranos do Independiente também serão lembrados no estádio. As tribunas norte e sul levarão os nomes de Ricardo Pavoni e Miguel Ángel Santoro. Uruguaio, Pavoni ocupou a lateral esquerda em cinco títulos na Libertadores e capitaneou o Independiente em seus melhores anos. Já Santoro ocupou a meta do Rojo em quatro títulos continentais, antes de se transferir ao futebol espanhol em 1974. De certa maneira, o triunvirato representa o próprio nome “Libertadores de América”, mas destaca a memória de quem construiu a história.

Segundo Pablo Moyano, vice-presidente do Independiente, a mudança no nome do estádio acontecerá a partir de março. O assunto será levado a uma assembleia interna, mas parece improvável que a ideia seja refutada. Todos os três homenageados poderão presenciar o tributo em vida. Enquanto Bochini completou 66 anos em janeiro, Santoro fará 78 no fim de fevereiro e Pavoni chegará aos 77 em agosto. Apesar dos interesses escusos, o trio merece.

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