Ucrânia tem novo melhor amigo na guerra contra a Rússia: inteligência sintética

Milhões de horas de filmagens feitas por drones serão usados pelo Exército da Ucrânia para treinar modelos de inteligência artificial que auxiliarão na tomada de decisões no campo de batalha, segundo a agência Reuters.

As gravações foram feitas desde a invasão russa ao país do Leste Europeu, em 2022. Desde então, mais de 15 mil drones foram utilizados na linha de frente, coletando dois milhões de horas de vídeo, resultado de 228 anos de gravações.

As imagens foram centralizadas no sistema digital OCHI, uma organização sem fins lucrativos fundada por Oleksandr Dmitriev. A iniciativa foi desenvolvida para oferecer aos comandantes militares uma visão geral dos campos de batalha por meio dos drones.

Os grupos descobriram que as filmagens poderiam ser úteis como arquivo de guerra e começaram a armazenar as gravações. Entre cinco e seis terabytes de conhecimento coletado na luta eram adicionados todos os dias.

“Isto é alimento para a IA: se você quiser ensinar uma IA, você dá a ela 2 milhões de horas (de vídeo), ela se tornará algo sobrenatural”, disse Dmitriev à Reuters. A ideia é que o modelo sugira táticas de combate identificando alvos e avaliando a eficácia de sistemas de armas.

Mais informações:

Os aliados da Ucrânia na guerra contra a Rússia contactaram Dmitriev sobre o acesso à base de dados, mas os principais detalhes não foram fornecidos. Especialistas afirmam que os dados acumulados até agora serão essenciais no combate.

Para Samuel Bendett, pesquisador sênior do Center for a New American Security, os sistemas de inteligência artificial precisam de uma diversidade de conhecimentos para tornar as decisões dos militares mais eficazes.

“Os humanos podem fazer isso intuitivamente, mas as máquinas podem, e elas querem ser treinadas para saber o que é uma rota, um impedimento herbáceo ou uma emboscada”, disse ele.

A Rússia também implementou a geração de IA no campo de batalha, basicamente para reconhecimento de alvos em drones de ataque Lancet, que rastreiam e atacam alvos com munições de uso único.

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, com foco em redes sociais e tecnologia.

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