Loja de Flávio Bolsonaro é suspeita de lavar verba de ‘rachadinha’

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) investiga a suspeita de que o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) usou uma loja de chocolates da qual é sócio para lavar recursos desviados da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) por meio da prática de “rachadinha”.

Localizada na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, no Shopping Via Parque, a loja é uma franquia da Kopenhagen, registrada como Bolsotini. Ela foi adquirida em 2014 e inaugurada em março de 2015. Flávio Bolsonaro detém 50% da loja. Os outros 50% são do empresário Alexandre Ferreira Dias Santini.

A loja foi um dos endereços alvos de mandados de busca e apreensão na última quarta-feira, 18. A suspeita foi levantada após o MP observar dois fatores. Primeiro, Flávio e sua esposa, Fernanda, não tinham “lastros financeiros” (ativos) para adquirir a loja na época em que fecharam negócio. Segundo, a promotoria observou que a loja registrou resultados “absolutamente desproporcionais”.

Analisando dados bancários, os promotores constataram que a loja recebeu maiores depósitos de dinheiro em espécie fora da época da Páscoa, época em que as vendas de chocolate registram as maiores altas.

“Embora o volume de vendas na quinzena da Páscoa seja muito superior ao verificado no restante do ano, o volume de dinheiro depositado em espécie na conta da BOLSOTINI não variou na proporção das vendas aferidas através de outros meios de pagamento. Pelo contrário: em períodos com volumes de venda muito inferiores, houve depósitos de dinheiro em espécie em quantias ainda superiores àquelas constatadas no período da Páscoa, não somente em termos percentuais mas também absolutos”, argumenta um trecho do documento do Ministério Público apresentado à Justiça, reproduzido pelo site El País.

Por fim, há a diferença entre os valores pagos pela loja a Flávio e a seu sócio. Entre 2015 e 2018, Flávio recebeu da loja R$ 978 mil, enquanto Santini recebeu R$ 506, pouco menos da metade do valor recebido pelo então deputado estadual. Além disso, nos dois primeiros meses de operação da Bolsotini, Flávio recebeu R$ 180 mil, enquanto seu Santini – que é investigado pelo MP por suspeita de ser laranja – não retirou nenhum pagamento.

Na última quarta-feira, 18, o presidente Jair Bolsonaro se manifestou sobre as buscas envolvendo seu filho. Questionado por jornalistas na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que não tem “nada a ver com isso”.

“O Brasil é muito maior do que pequenos problemas. Eu falo por mim. Problemas meus podem perguntar que eu respondo. Dos outros, não tenho nada a ver com isso”, disse o presidente.

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