“Nosso segredo analisa todos os cenários, até mesmo os piores”, disse Reznikov. “Eles apontam que há uma opção de escalada em larga escala através da Rússia. O tempo máximo provavelmente é no final de janeiro”, disse ele.
A Ucrânia também anunciou hoje que rejeita “categoricamente” qualquer compromisso de abandonar seu plano de adesão à OTAN e as promessas exigidas através da Rússia. Ele fez isso nesta sexta-feira (3) através de Dmytro Kouleba, ministro das Relações Exteriores do país, à margem da assembleia ministerial da OSCE (Organização para a Segurança e cooperação na Europa) em Estocolmo, suécia, um dia após a assembleia entre os Estados Unidos e a Rússia.
O ministro ucraniano pediu aos Estados Unidos e seus aliados que rejeitem as exigências de Moscou para aliviar as tensões na fronteira ucraniana. “Rejeito o conceito de que temos de dar alguma garantia à Rússia. Insisto: é a Rússia que terá que garantir que não continue sua agressão se opondo a nenhum país”, disse ele.
Conferência de vídeo
Ao mesmo tempo, a Rússia e os Estados Unidos pretendem organizar uma nova videoconferência entre o presidente russo Vladimir Putin e o americano Joe Biden, disse o porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov na sexta-feira, que, segundo ele, ainda não decidiu a data da assembleia virtual.
O vice-ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, indicou nesta quinta-feira (2) que um toque entre os presidentes russo e americano poderia tomar uma posição nos próximos dias, sem dar detalhes adicionais.
O anúncio vem um dia após a reunião entre o ministro russo das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, e o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken.
Blinken ecoou o tom na quarta-feira, quando, em uma assembleia da OTAN em Riga, ele expressou medo de “evidências” de que a Rússia está liberando “movimentos agressivos contra a Ucrânia”. Ele também alertou na quinta-feira que, se a Rússia continuasse o impasse, enfrentaria “sérias consequências” depois de ameaçar Moscou com duras sanções na quarta-feira.
retirada de tropas
Depois de rever as cláusulas dos acordos alegando que Moscou não os respeitava, o secretário de Estado dos EUA acrescentou que “o caminho mais produtivo para uma crise é através da diplomacia”. Em seu discurso, Blinken também sugeriu que a Rússia retirasse suas tropas, que os ocidentais dizem que estão na fronteira com a Ucrânia.
Lavrov, no entanto, acusou a OTAN de “aproximar sua infraestrutura militar das fronteiras da Rússia”. O ministro russo também se opôs a uma expansão imaginada para o leste da Aliança Atlântica, que viria com a Ucrânia, mas disse que estava aberto ao diálogo.
medidas dissuasivas
Na quinta-feira, Blinken também se reuniu na capital sueca com seu homólogo ucraniano, Dmitro Kouleba, que reiterou seu apelo para colocar em prática “medidas de dissuasão” para que o presidente russo Vladimir Putin “pense duas vezes antes de recorrer à força militar”.
Desde novembro, Kiev e seus aliados ocidentais alertaram para o acúmulo de tropas russas na fronteira com a Ucrânia e a opção de uma invasão durante o inverno.
Além do problema da Ucrânia, as últimas semanas foram marcadas pela crise migratória na fronteira da Bielorrússia com a União Europeia e por uma escalada de confrontos entre a Armênia e o Azerbaijão, todos os países membros da OSCE.
(Com AFP)