Especialistas refletem sobre o fechamento do X/Twitter no Brasil

Conforme noticiado pelo Olhar Digital, na manhã deste sábado (17), a divisão Global Government Affairs do X (antigo Twitter) anunciou o encerramento das operações da plataforma no Brasil, onde estava presente desde 2012.  

Em nota, a empresa especifica que “a responsabilidade é exclusiva de Alexandre de Moraes”, ministro da Justiça Federal (STF). Os especialistas consultados por meio do Olhar Digital analisam as demais facetas dessa situação.

Entendendo o caso:

Até o seu fechamento, que resultou na primeira demissão em massa.

Mais informações:

Esta manhã, os colaboradores foram surpreendidos com a notícia do encerramento de uma reunião virtual convocada de última hora. Muitos funcionários nem sequer viram o convite para a assembleia, segundo um trabalhador do ICL Notícias, que preferiu manter o anonimato. O anúncio foi feito por meio da diretora executiva da empresa, Linda Yaccarino.

Até à data, os trabalhadores não foram informados dos principais pontos dos subsídios a que têm direito. A área de recursos humanos da empresa anunciou que tocará os trabalhadores separadamente nos próximos dias. O acesso à fórmula interna já foi revogado, deixando os afetados sem dados transparentes sobre a situação.

Arthur Igreja, especialista em geração e inovação e colunista do programa Olhar Digital News, acredita que a atitude de X representa uma busca por apoio popular. “É claro que isso vai gerar uma mobilização em massa, haverá um protesto em massa. Será preciso lembrar que X não é uma empresa brasileira, Elon Musk não é brasileiro nem reside no Brasil. E, nesses casos, as empresas querem representantes do ponto de vista do capital social, administrativo e legal. O que aconteceu foi que o STF tentou sucessivamente contatar as demais pessoas designadas por meio de X, sem sucesso. E emitiu uma nota mais dura do que seria enviada a qualquer empresa.  

Segundo ele, a empresa pode não estar completamente fechada no Brasil. ” X está cortando sua equipe em particular, porque se ele demitisse todos e todos os seus representantes no Brasil, a empresa não seria capaz de operar aqui sob a lei brasileira. , que envolve um representante no país e um representante legal. Esse é um pré-requisito para que uma empresa possa operar no Brasil.

Church explica que o que o X fez foi uma redução massiva, mas o aplicativo continua funcionando. “Portanto, para usuários e anunciantes, certamente não há nada que os substitua. Esse episódio total é muito mais uma busca por um protesto popular, uma mobilização, para descarregar apoios, afinal o tema é polêmico, vasto, mas por outro lado, se a plataforma e o aplicativo permanecerem disponíveis eles não substituem o Nada. De certa forma, ele está redobrando a aposta na fórmula judicial brasileira em busca de apoio popular.

Neurocientista pós-doutor e especialista em hábitos humanos e novas tecnologias, além de colunista do Olhar Digital News, Álvaro Machado Dias diz que o antigo Twitter se consolidou como o ambiente virtual em que os outros se posicionarão. “Ele também o estabeleceu como o anel de nossos tempos. O fechamento do seu negócio no Brasil é uma má notícia para os amantes de conversas com estranhos, mas também para muitas outras pessoas que investem seu tempo em compartilhar pensamentos valiosos lá.

Para Carlos Affonso de Souza, doutor e mestre em direito civil, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS) do Rio de Janeiro e membro de diversos fóruns estrangeiros sobre regulação e governança da Internet, “o fechamento do local de trabalho X no Brasil acaba sendo parte de uma estratégia que já vem sendo desenhada desde então, após a aquisição da empresa por Musk, uma parcela significativa dos trabalhadores a esse respeito já havia sido demitida. ” 

Segundo ele, Musk expressou claramente os novos rumos da empresa, investindo menos na moderação de conteúdo e na aceitação de equipes de proteção, que tratam da segurança da plataforma.  

“A polêmica sobre a proporcionalidade das decisões tomadas pelo ministro Moraes acaba por ter criado o momento oportuno para a empresa registrar no STF a explicação do motivo da decisão final de sua sede, especialmente com o risco de prisão de seus representante legal”, disse Souza, em entrevista ao Olhar Digital. “As medidas judiciais podem e podem ser questionadas, mas isso acontece nos arquivos. O fato inegável de não respeitar as decisões ou de sair do país, que dificulta ainda mais o cumprimento das decisões judiciais, só piora o cenário. ”

Ele prevê que X terá seu “momento Telegram”, que também ameaçou ser suspenso quando a empresa não respondeu às comunicações da justiça brasileira.  

“Em última análise, Musk e X são atores cada vez mais adequados no contexto político doméstico de vários países. O dono da rede pode decidir sobre aliados e fazer adversários a qualquer momento, aproveitando a força de interação e comunicação da rede social. Dentro de X, Musk está jogando em casa, mas conflitos com anunciantes e potenciais investidores provam que essa estratégia é igualmente arriscada. Fora da bolha de fãs, o X também pode perder credibilidade, embora até agora seja uma rede social que tem mostrado grande resiliência”, afirma. Conclui.

Jornalista formado pela Unitau (Taubaté-SP), com especialização em gramática. Foi assessora parlamentar, gestora de concursos e freelancer da revista Veja e do antigo site da OiLondon, Inglaterra.

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