Crónica de um português em Wuhan: A retoma gradual das atividades na China

João Pedrosa decidiu ficar na cidade chinesa que foi o epicentro do novo coronavírus. Agora, escreve no site da TSF sobre o estranho dia a dia em Wuhan.

João Pedrosa vive em Wuhan

© Cortesia João Pedrosa

Desde há uma semana que na província de Hubei, excetuando a sua capital, não é assinalado qualquer novo caso de Covid-19. Em Wuhan os números passaram a ser praticamente residuais e de apenas um dígito.

Tendo em conta este conhecimento, as autoridades anunciaram há dois dias um conjunto de planos que permite às empresas retomarem as suas atividades assim que possível.

De acordo com o anunciado, a prioridade é dada às empresas de Wuhan que são fornecedoras de bens médicos, de suprimentos de necessidades diárias e produtos agrícolas.

As empresas relacionadas com a subsistência das pessoas e a cadeia industrial global, com a devida aprovação, são incentivadas a reiniciar gradualmente as suas operações.

Claro está, que aquelas que sempre se mantiveram ativas – até agora – podem prosseguir com as suas tarefas.

Todas as outras, não podem voltar aos seus negócios antes do próximo dia 21 de março.

Nas regiões de alto risco fora de Wuhan, o plano de autorização é relativamente idêntico ao definido para a capital, mas existe uma maior diversidade de empresas que podem recomeçar a trabalhar de imediato.

Nas regiões consideradas de baixo ou médio risco de Hubei, as empresas de serviços tais como tecnologias de informação, serviços jurídicos ou contabilidade estão também habilitados a retomar duma forma gradual as suas atividades.

Só após melhoria significativa da situação, será permitida a abertura dos espaços de grande frequência de pessoas, como é o caso de teatros, livrarias, academias de ginástica ou restaurantes.

Hubei continuará a manter o controlo apertado no que diz respeito ao movimento de pessoas. mOs transportes aéreos, ferroviários, terrestres e fluviais serão gradualmente restabelecidos, mas apenas para as regiões consideradas de baixo e médio risco.

Tudo leva a crer que a vida por aqui irá retomar em breve alguma normalidade.

Desejo e acredito que o meu país possa voltar à normalidade em breve.

João Pedrosa em Wuhan (14 de março de 2020)

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