Mi Store Brasil, loja não-oficial da Xiaomi, encerra atividades e tenta se explicar

O site da Mi Store Brasil voltou ao ar para prestar esclarecimentos aos clientes que compraram celulares Xiaomi durante a Black Friday e ainda não receberam o produto: a loja online encerrou as atividades e orienta as pessoas a solicitar reembolso do PagSeguro, Mercado Pago e PayPal. Apesar do nome, ela não tem qualquer relação com a Mi Store oficial da DL Eletrônicos.

No comunicado, a Mi Store Brasil diz que os clientes podem entrar em contato com o PagSeguro, Mercado Pago ou PayPal para recuperar o dinheiro, inclusive se o pagamento foi feito em boleto. A empresa afirma que trabalhava com esses intermediários “para que assim como nós, vocês tivessem uma garantia no momento da compra de receber seu dinheiro de volta em caso qualquer problema”.

Porém, o Mercado Pago lembra que só devolverá o dinheiro se tiver uma resposta do vendedor. Como a compra não foi feita dentro do Mercado Livre, “a negociação não cumpre os requisitos do programa Compra Garantida e não poderemos ressarci-lo caso seu vendedor não retorne”, diz o suporte em um e-mail obtido pelo Mobizoo.

A Mi Store encerrou as atividades em 2020 “por forças maiores”, sem revelar um motivo específico. Por vários dias, o site oficial ficou fora do ar; o perfil da loja no Facebook e no Instagram foram apagados, e as queixas estão se acumulando no Reclame Aqui.

A loja também repudia “qualquer ligação de nossas operações online com os franqueados que usavam de nossa marca MiStore em quiosques físicos, pois são operações diferentes sem qualquer ligação”. Os quiosques foram orientados a remover a marca Mi Store.

Está relacionado com ao menos duas empresas. Um deles é Action Sales Companhia Digital, que pertenceu a Anderson Figueiredo dos Santos; o seu CNPJ recebeu uma diminuição no Irs, no domingo (12).

A outra empresa é a JCell, com presença em Santa Catarina: ela tem lojas físicas em Timbó e Blumenau, além de quiosques que traziam a marca MiStore Brasil. O CNPJ continua ativo e está em nome de Jorge Juarez Krause.

Há ainda uma terceira empresa, a PAD Eletrônicos, que é mencionada nos boletos de alguns clientes da MiStore Brasil. Seu CNPJ, em nome de Paulo Andrey Silva Dias, foi aberto em novembro de 2019 e encerrado no último domingo.

Dois ex-funcionários afirmam ao UOL que a JCell e a MiStore Brasil pertencem a Julio Cesar Hintemann Filho. Um deles conta que, quando chegava um celular da Xiaomi na loja, “era registrada uma nota em nome de um dos laranjas, como se fosse o fornecedor; e não podíamos emitir cupons fiscais para os clientes, só imprimir um comprovante de compra”.

Marcelo Bulgueroni, advogado especialista em direito digital, sugere que os clientes da Mi Store Brasil façam um boletim de ocorrência e uma queixa-crime, preferencialmente em uma delegacia especializada em crimes eletrônicos. Ele diz ao UOL que, depois disso, é necessário reunir todas as provas (documentos, prints) e entrar com processo na Justiça.

Esta é a declaração de Minha Store Brasil em sua totalidade:

Gostaria de deixar sua opinião ou seu comentário?Participe da discussão deste post em nossa comunidade!

Leave a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *