A altercação entre André Ventura e Ferro Rodrigues no Parlamento por causa da palavra “vergonha” foi tema na reunião semanal do Governo Sombra.
Ferro Rodrigues repreendeu o deputado do Chega pelo uso frequente da palavra “vergonha”, cortando-lhe a palavra em seguida, depois de afirmar que “não há liberdade de expressão quando se ultrapassa a liberdade de expressão dos outros”, ao que se seguiu um forte aplauso da bancada do PS. Ricardo Araújo Pereira mostrou-se “envergonhado” pela atitude do Presidente da Assembleia da República, que considerou desnecessária e contraproducente.
Para Ricardo Araújo Pereira, o problema com esta altercação entre Ventura e Ferro Rodrigues é que é facilmente instrumentalizável pelo deputado do Chega, e explica: “André Ventura é como aqueles jogadores de futebol que quando sentem um encosto, se atiram para o chão aos gritos. É aquele tipo de jogador que, embora só tenha duas pernas, grita como se lhe tivessem partido três. Isto são votos em caixa para André Ventura” – argumenta o humorista.
Outro episódio recente que envolveu André Ventura foi uma troca de palavras com António Costa sobre o SNS. Ricardo Araújo Pereira elogiou o Primeiro-ministro pela forma como este lidou com o deputado do Chega: quando André Ventura manifestava indignação em relação ao estado do Serviço Nacional de Saúde, António Costa questionou-o sobre o programa eleitoral do Chega, que defendia que o Estado não deveria sequer prestar serviços de saúde ou educação, parabenizando o deputado do Chega pelo súbito interesse na qualidade dos serviços públicos. O Chega retirou o seu programa eleitoral do respetivo site, prometendo repô-lo após uma “uma clarificação em sentido inverso” do “atual espírito” do programa, em matéria de Estado Social. Ricardo Araújo Pereira defende que esta é uma forma inteligente e democrática de lidar com André Ventura no Parlamento, classificando a opção de Ferro Rodrigues como “um desastre”.
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