Macacos prego podem usar equipamentos para cavar o chão

Os macacos-prego são animais onívoros com nutrição variada, incluindo brotos, flores, folhas, sementes, nozes, frutas, bagas, aves, ovos, pequenos mamíferos, moluscos e artrópodes, como insetos e aranhas.

Alguns desses recursos alimentares são subterrâneos, e o uso de equipamentos pode ajudar os macacos a localizá-los. Embora não seja incomum que chimpanzés usem bastões para escavar os órgãos subterrâneos das plantas, há poucos estudos sobre como os macacos-prego obtêm seu alimento. subterrâneo.

Recentemente, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), do Projeto Cultura de Capuchinhos, no Brasil, e do Instituto Max Planck de Comportamento Animal e Antropologia Evolutiva, na Alemanha, estudaram como macacos-prego barbudos (Sapajus libidinosus) se alimentam no subsolo na natureza. As descobertas da equipe foram publicadas neste mês na revista Scientific Reports.

Os macacos-prego barbudos são conhecidos por usar pedras como martelos para abrir a crista e as nozes. Um estudo de 2009 foi o primeiro a relatar que uma população de macacos-prego no Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí, usava rochas para acessar alimentos subterrâneos. Eles modificam e usam varas como sondas para procurar mel e expulsar suas presas de fendas e troncos de rocha.

Este novo estudo apresenta o primeiro relato sobre macacos-prego barbudos usando varas como sondas para localizar alimentos no subsolo. Durante 21 meses, os pesquisadores observaram uma organização de macacos-prego no Parque Nacional de Ubájara, no Ceará, e registraram 214 casos em que os macacos usaram equipamentos ou mãos para cavar. aranhas e raízes tuberosas.

Os macacos usaram pedras em 51,4% das tentativas de escavação, com uma taxa de boa sorte de 31,8%, enquanto eles cavaram com as mãos de forma mais eficaz, com uma taxa de boa sorte de 40,4%. Para cavar organismos subterrâneos, 59% das tentativas envolveram o uso de rochas, em comparação com 48% para cavar tocas de aranhas.

Os macacos usaram equipamentos de pedra em 59% das escavações realizadas nos morros, mas apenas em 24% nas margens dos rios. Os machos usaram mais equipamentos de pedra do que as fêmeas, embora o sexo não tenha influenciado a boa sorte das escavações.

A maior parte dos equipamentos de pedra era feita de arenito e pesava em média 128 g, mais leve que o equipamento usado para quebrar castanhas de palma, que pesava em média 1,14 g.

Além das pedras, os macacos usaram paus para cavar 40 vezes, com uma taxa de sorte de 42,5%. Desses casos, 32 envolveram tocas de aranha alçapão. Em quase parte dos testes, os macacos usaram mais de uma vara.

Eles preferem usar varas para cavar nas margens dos rios (63%) do que nos morros. Os bastões tinham em média 29,4 cm de comprimento e 2,9 mm de espessura.

Saiba Mais:

Os pesquisadores aprenderam sobre quatro técnicas usadas pelos macacos para capturar as aranhas-armadilha, como as mãos exclusivas e a escavação com rochas para acessar as raízes subterrâneas. Para as aranhas, os macacos também usaram sondas com varas e um método combinado de “pau de pedra” para facilitar a captura.

O estudo também analisou como fatores sazonais e espírito de equipe do solo podem influenciar os comportamentos de escavação. Ao comparar os comportamentos dos macacos-prego no Parque Nacional de Ubajara com os observados no Parque Nacional da Serra da Capivara, os pesquisadores sugeriram que diferenças culturais entre os grupos poderiam influenciar os comportamentos observados.

Para os pesquisadores, estudos como esse são fundamentais para aumentar as pressões ecológicas que moldaram a progressão dos equipamentos e técnicas de coleta de lixo na linhagem de primatas.

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com especialização em gramática. Trabalhou como conselheira parlamentar, proponente e freelancer para a revista Veja e para a antiga OiLondres na Inglaterra.

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