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Por a Hora do Povo, Publicado em 15 de abril de 2020
Nesta quarta-feira completa 15 dias que o Congresso Nacional aprovou o projeto do auxílio emergencial de R$ 600 e, até agora, menos de 10% das pessoas que têm direito ao benefício conseguiram receber.
Segundo informações da Caixa Econômica, apenas cerca de 4,9 milhões de pessoas foram beneficiadas até agora. O projeto previa o benefício, inicialmente, para 54 milhões de pessoas, entre trabalhadores informais, autônomos, famílias de baixa renda e mães chefes de família. No entanto, o número de pessoas aptas a receber o benefício pode ser de até 70 milhões, de acordo com informações do Ministério da Cidadania.
Esse recurso, como a própria denominação “emergencial” deixa claro, é para socorrer milhões de famílias, que diante da pandemia do coronvírus e das medidas sanitárias essenciais para combatê-la, ficaram sem trabalho, sem nada e sem meios para sobreviver.
A incompetência da equipe econômica em criar um mecanismo para fazer com que o dinheiro chegue o mais rapidamente possível aos necessitados e, pelo contrário, criando regras e exigências descabidas, só pode ser vista como má vontade, ou melhor, como uma maneira sinistra de reter esses recursos e fazer com que menos pessoas consigam receber.
Além da exigência do CPF regularizado do solicitante e de seus dependentes, acesso a site e aplicativo, preenchimento de formulários – procedimentos que um enorme contingente de pessoas não consegue resolver -, o governo ainda criou três calendários diferentes para os pagamentos, que até pessoas letradas e bem informadas têm dificuldades para digerir.
Um é para os beneficiários que recebem o Bolsa Família, outro para os inscritos no Cadastro Único que não recebem o Bolsa Família e mulheres chefes de família, e um terceiro para quem se inscreveu para receber o auxílio emergencial através do aplicativo ou do site do programa.
É um emaranhado de informações lançadas todos os dias pela Caixa, com novos números dos que podem ser beneficiados, os bilhões que já foram pagos, os milhões que já se cadastraram, adiamentos e novos calendários. Mas a realidade são que, a cada dia, enormes filas voltam a se formar em todo o país nas agências da Caixa e da Receita Federal, desde a semana passada.
São milhões de pessoas que buscam informações, que tentam regularizar o CPF, que reclamam que não conseguiram acessar o aplicativo, que não sabem como se faz isso, quando tudo que elas precisam é do dinheiro em suas mãos para alimentar as suas famílias.