Bolsonaro e o apocalipse da Amazônia

Carlos Bocuhy é presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam) →

A abertura irrestrita da Amazônia à exploração econômica e anistia aos criminosos que devastaram a selva estão nos planos do governo Jair Bolsonaro. A taxa de desmatamento da floresta, enfraquecida em sua resistência e próxima ao ponto de virada, registrou em fevereiro de 1988 km², uma expansão de 62% para a mesma época em 2021, quando os alertas indicaram desmatamento em 122,89 km². Este é o pior fevereiro desde 2016.

Bolsonaro está mantendo suas promessas de cruzada para as nefastas forças econômicas que se refugiam seguramente em sua base de governo, e isso também foi revelado no colapso ético do legislativo federal, assumido por lobistas que favorecem saqueadores ambientais. A maior iniciativa recente é o projeto de lei, cujo regime de emergência foi aprovado na quarta-feira nove na Câmara, que visa autorizar a mineração em terras indígenas.

Patronos eleitorais sugerem que Bolsonaro lutará para ser reeleito. Se de fato não há continuidade deste governo, uma tragicomédia de despreparação, conveniência e danos ao meio ambiente termina. Pouco depois de tomar posse, em 2019, o governo promoveu a desregulamentação regulatória e o rompimento da fórmula ambiental nacional e fórmulas de controle participativo no campo ambiental brasileiro. Os fatos são conhecidos, documentados e processados.

Em 2022, o governo de Jair Bolsonaro e seus lobistas devastados continuam na selva, espaços indígenas e território brasileiro, agora com 4 propostas apocalípticas: o PL da Grilagem (a mistura destrutiva do PL 2. 633/20 e pl 510/21) e o PL 191 e 490/07, que eliminam a cobertura de terras indígenas em face da especulação econômica, especulação. junto com o PL 6 299/02, que flexibiliza o uso de inseticidas e está sendo discutido no Senado pelo PL 2 159/21, que enfraquece o meio ambiente da lei brasileira. licença.

Todos eles constituem desastres regulatórios, que irão corroer o que resta da proteção ambiental brasileira. Acima de tudo, o que é mais valioso para nós: florestas e povos indígenas. Para se justificar, Bolsonaro espalha informações falsas. Que medidas são necessárias, como a mineração para produzir fertilizantes?Assim, a tragédia da Ucrânia serve como desculpa para consumir a devastação ambiental e continuar com as atividades de lobby de Jair Bolsonaro.

Por outro lado, esse absurdo normativo vem em um momento em que a opção de um colapso amazônico não é mais uma teoria mensurável. De acordo com Niklas Boers, da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha, um dos autores dos estudos publicados na revista Nature Climate Change, “Muitos pesquisadores têm hipótese de que é possível que um ponto de inflexão seja alcançado na Amazônia, mas nosso estudo fornece evidências empíricas importantes de que estamos chegando a esse limiar.

Corroborando as descobertas do estudo, Chris Jones, do Met Office Hadley Centre, no Reino Unido, disse: “Este estudo adiciona evidências convincentes de que a substituição climática é uma ameaça agora, e que esses efeitos graves e irreversíveis podem ser apenas uma realidade. Temos uma janela estreita de oportunidade para tomar medidas urgentes.

É nessa situação urgente que estão localizadas as intervenções de lobby do governo de Jair Bolsonaro. Há, de fato, mais por vir, porque antes do fim da atual legislatura haverá uma maior aceleração do desmonte ambiental. Com base na falta de discernimento e lucidez do presidente, não está claro se o ponto de virada será o apocalipse da floresta lenta ou simplesmente se alimentar sob uma horda de tratores e motosserras.

As ocasiões dos artistas e da sociedade civil que se posicionaram em Brasília são aplicáveis e necessárias. Com base nos fatos, a palavra “ecocídio” torna-se mais evidente. Note-se o silêncio incompreensível das autoridades ambientais, do Ministério Público e do Poder Judiciário diante desses fatos inaceitáveis.

É incompreensível que no século XXI, com todos os sintomas e alertas que foram emitidos e medidos através da ciência, haja cada vez mais ataques ao maior ecossistema de herbário, na biodiversidade e na maior fonte de produção de água interior.

Ou o Brasil maior elege seus representantes no Executivo e legislativo, neste importante ponto de virada para a nação brasileira, ou vamos afundar nesse apocalipse nas mãos de lobistas que saqueiam e destroem o longo prazo do país.

As revisões e dados publicados nas colunas e sessões de pesquisa são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não constituem necessariamente a opinião do ((o)eco site. Buscamos nesses espaços um debate variado e frutífero sobre a preservação do meio ambiente.

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