Impacto na economia “severa e muito dura”, adverte o Ministro de Economia

O impacto da crise económica e social que já se perspetiva para depois do combate à pandemia do Covid-19 «vai ser severo», admitiu esta quinta-feira sem rodeios o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, preparando os portugueses para um regresso à normalidade que poderá demorar muito a chegar… se chegar.

 

Após o Fundo Monetário Internacional (FMI), liderado por Christine Lagarde, ter previsto uma recessão de 8 por cento para Portugal – já acima dos 3,7 a 5,7 por cento estimados, em março, pelos especialistas do Banco de Portugal (BdP) -, o responsável governamental da tutela, embora satisfeito pelo «aplanar da curva» dos novos casos de infetados e óbitos no nosso país, não ignorou o ‘efeito tsunami’ que advirá das restrições que quase paralisaram a economia não só nacional mas até mundial, com a Organização Internacional do Trabalho a apontar, só em mês e meio, para 150 milhões de novos desempregados e a organização não governamental (ONG) Oxfam a apontar para a criação de 500 milhões de novos pobres no Mundo.

 

Pedro Siza Vieira garantiu que já trabalha com o primeiro-ministro, António Costa, e com os seus parceiros do Executivo, na discussão e planeamento de medidas de relançamento da atividade económica. Concordou que a projeção do FMI evidencia «importante recessão no ano em curso» e com impacto mais relevante no trimestre em curso (o segundo), com os inícios da recuperação que todos desejam adiado para 2021.

 

Do que ninguém tem dúvidas é de acentuadíssima quebra de atividade, em todos os setores da economia nacional, e com custos de milhares de milhões de euros ainda por contabilizar, no trimestre em curso, que promete ser desastroso para as contas nacionais… e para muitas empresas e família, forçadas a fechar portas ou sem sustento para prover a alimentação aos seus.

 

«Há resultados que apontam para 82 por cento das empresas estarem em laboração», acentuou o governante, embora reconhecendo que 66 mil já aderiram ao regime do ‘lay-off’ (contratos suspensos, o Estado a financiar 70 por cento dos dois terços do rendimento habitual) mas relativizou o número, por, alegou Pedro Siza Vieira, representar apenas um quarto do total da população ativa atual em Portugal.

 

Do que o ministro também já não tem dúvidas é do forte rombo que o Produto Interno Bruto (PIB) anual irá sofrer – Mário Centeno, ministro das Finanças, disse, em entrevista à TVI, não acreditar que chegue aos dois dígitos, 10 por cento – no mesmo dia em que o Reino Unido anunciou a previsão de uma quebra de 30 por cento estimada no reino para o corrente ano. Sem haver ainda números referenciais para a taxa de desemprego, certo é que a contração da atividade económica nos próximos meses «será severa e que terá impacto no PIB, será muito duro», afirmou. 

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