Autarquia gastou um total de 11.546,18 euros na aquisição da propriedade pessoano

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A Câmara Municipal de Lisboa comprou ainda em 2019, através do site de leilões BestNet, os volumes George B. Shaw, de Gilbert K. Chesterton, e Por Tierras de Portugal y España, de Miguel de Unamuno, a 7 de setembro e 10 de outubro, respetivamente. O valor final de arrematação do primeiro foi de 640 euros e do segundo de 810 euros. Além destes, a CML comprou, a 7 de setembro, um conjunto de sete negativos de fotografias de Pessoa que estava à venda no mesmo site, por 410 euros (valor final de arrematação). Ao todo, a autarquia gastou 11.546,18 euros na aquisição de espólio pessoano.

Todas as obras adquiridas “possuíam assinatura de posse de Fernando Pessoa, ou sublinhados e anotações pela mão do poeta”, frisou a CML, sendo por isso considerados de interesse nacional. A singularidade da obra deixada por Pessoa, maioritariamente por publicar e distribuída por diferentes suportes, atribui ao seu espólio documental “um valor cultural único”. “Não se tratando de materiais acabados ou definitivamente fixados pelo autor, o espólio constitui uma matriz aberta a diferentes leituras que nem o mais laborioso conjunto de investigações poderá fechar”, refere o decreto que procedeu à classificação do espólio como tesouro nacional, em 2009.

Neste explica-se que o espólio é “compreendido como a universalidade de facto composta por todos os documentos produzidos ou reunidos por Fernando Pessoa, seja na forma de manuscritos autógrafos, isolados ou integrados em documentos de terceiros, assinados ou não, de datiloscritos ou tiposcritos, com ou sem intervenção autógrafa, assinados ou não, bem como todos os documentos biográficos de Fernando Pessoa ou que registem as suas técnicas e hábitos, assinados ou não, seja qual for o acabamento do texto ou textos neles contidos, e os documentos impressos que se reconheça terem pertencido à sua biblioteca e ostentem marcas autógrafas de utilização”.

Nos dois leilões organizados pela José F. Vicente, foram ainda adquiridos três exemplares que faziam parte da biblioteca particular do poeta pela EGEAC, a empresa municipal que tutela a Casa Fernando Pessoa. Os dois primeiros, comprados a 19 de junho, foram Eduardo Malta, de Ricardo Espírito Santo Silva, e Orpheu. Afina a Lira. O terceiro livro, colocado à venda em dezembro, foi Rosa de Papel. Mysterio n’um cantigo. Poêma Dramático em prosa e verso, do poeta Augusto Santa-Rita, irmão mais velho de Santa-Rita Pintor e um interveniente muito mais discreto no modernismo português.

A obra mais cara foi Orpheu. Afina a Lira, um folheto raro de sátira à revista Orpheu. Custou à EGEAC 1.840 euros, que ao todo gastou 2.616,25 euros na compra de livros que pertenceram a Pessoa, revelou a autarquia.

Tanto os exemplares comprados pela CML como pela EGEAC vão integrar a coleção da Casa Fernando Pessoa, que tem na sua posse a maioria dos livros que pertenceram à biblioteca particular do poeta. O Observador questionou a Câmara de Lisboa sobre o destino dos sete negativos, mas não foi possível obter uma resposta até à data da publicação deste artigo.

Artigo atualizado às 14h40 com correção das tabelas

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