A exposição de Cildo Meireles chega ao trecho final no Sesc Pompeia

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Se você ainda não foi ver, não perca a chance de conhecer a obra de um dos artistas brasileiros mais importantes da atualidade. Cildo Meireles, idealizador de trabalhos memoráveis, ganhou uma exposição no Sesc Pompeia, com entrada gratuita, que fica até 2 de feveiro em cartaz.

“Entrevendo”, idealizada por Júlia Rebouças e Diego Matos, reúne 150 obras produzidas entre os anos 1960 e os dias atuais, configurando-se como o maior acervo do artista já exposto na América Latina.

Espere encontrar grandes instalações interativas, obras inéditas e icônicas, divididas entre a Área de Convivência, o Galpão e o Deck. Os visitantes podem entrar nas obras e tirar fotos à vontade!

Um dos destaques da mostra é a atualização da série “Inserções em Circuitos Ideológicos”, projeto de 1975 que imprimia frases consideradas subversivas em cédulas de dinheiro e garrafas de Coca-Cola. Cildo Meireles tirava-as de circulação, fazia a intervenção e devolvia-as ao mercado, de maneira que a mensagem não podia ser controlada pela censura.

Na época, o artista apostava em frases como “Quem matou Herzog?”. Atualmente, a inquietação foi substituída pela figura de Marielle Franco e pelas dúvidas “O que aconteceu com Amarildo?” e “Por que Toninho do PT foi assassinado?”.

Na Área de Convivência estão as instalações. Uma delas é “Amerikka” (1991/2013), exposta pela primeira vez no Brasil. Ela é constituída por aproximadamente 17 mil ovos de madeira e 33 mil balas de armas de fogo. Caminhando sobre a plataforma de ovos e sob a placa de projéteis, é possível refletir sobre uma América marcada por guerras, desde os tempos coloniais, até recentes ataques realizados por organizações de extrema-direita.

A grande instalação “Missão, Missões (Como construir catedrais)” (1987/2019) ganha uma nova versão, em formato circular. O trabalho de Cildo Meireles é constituído por milhares de moedas, ossos de boi, centenas de hóstias e trata dos processos missionários de catequização dos povos indígenas.

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A obra se relaciona com “Olvido” (1987-1989), que traz uma tenda indígena coberta por cédulas de dinheiro de países americanos. Situada no meio de uma área circular com toneladas de ossos de boi e circundada por uma parede de velas, a tenda abriga um ruído de motosserra, que se propaga pelo espaço expositivo. Esses trabalhos, em conjunto, discutem a história do Brasil e das Américas, marcadas pela violência.

Para quem quiser conhecer a obra de Cildo de maneira mais profunda, acontecem uma série de atividades especiais. Os curadores Júlia Rebouças e Diego Matos, além de Marília Loureiro, assistente de curadoria, realizam seis visitas guiadas pela exposição, com percursos roteirizados.

O Teatro do Sesc Pompeia recebe também um horário diferente, com três sessões de curta-metragem sobre o trabalho de Cildo Meireles seguidas de debates com os convidados. Para acompanhar os detalhes do horário de funcionamento, visite o site do Sesc.

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