‘Não há comida em casa’: a situação de crianças zika-saquee na fila do INSS

Faz meses que o peso da pequena Brenda, de 1 ano e 5 meses, não passa dos 7,3 kg. Da última vez que levou a filha ao médico, no dia 12 de fevereiro, recebeu o alerta de que, se a menina não ganhasse peso até a próxima consulta, pode precisar de uma sonda gástrica.

De acordo com o INSS, existem atualmente no país 420 mil pedidos de BPC como os de Jéssica, que aguardam mais de 45 dias para serem analisados. Os atrasos atingem justamente a parcela mais vulnerável da população, que em geral não tem outra alternativa de renda, nem condições de trabalhar.

Jéssica cuida sozinha dos dois filhos com os R$ 171 do Bolsa Família e espera benefício para a filha com microcefalia há um ano, mas não passou nem pela perícia – Foto: Arquivo pessoal

Espera na agência do INSS em um bairro no centro de São Paulo; promessa do governo de reforço no atendimento ainda não saiu do papel – Foto: BBC Brasil

Rosigleide e o filho, John; no mês passado, ela precisou pegar dinheiro emprestado para comprar remédio da criança – Foto: Arquivo pessoal

Linha nacional e direitos irrespetados

Alessandra também diz que, na prática, o que as mães ouvem ao pedir o BPC é que o governo não concede o benefício para quem já recebe o Bolsa Família. Tal regra, no entanto, não consta no site do INSS. O Ministério da Cidadania informou que tal restrição não existe. “Para ter acesso ao BPC, os valores de transferência de renda do Bolsa Família são descontados do cálculo da renda per capita familiar.”

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