Entrar em um Mini-pode valer a pena um trabalho: há 400 entrevistas em jogo

“Um CEO e um candidato entram num Mini” pode parecer o início de qualquer anedota, mas no Job Pitch Challenge, iniciativa em que serão feitas 400 entrevistas, este pode bem ser o começo de uma nova aventura profissional.

Entre 28 e 30 de janeiro os mini vão servir de palco para entrevistas no Pavilhão Carlos Lopes.

© Ringo Chiu/EPS

Em 2020, o evento Building the Future cresceu: a segunda edição contará com um dia extra, dedicado inteiramente à área da educação e talento. Com a designação Build Brighter Futures, o Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, vai ser palco entre os dias 28 e 30 deste mês da maior procura de talento a nível nacional.

“Sabíamos que não queríamos fazer apenas uma feira de emprego, porque isso já existe”, conta ao DN/Dinheiro Vivo Vanda Jesus, diretora de relações públicas, marketing e comunicação da Microsoft Portugal. Nascia assim a ideia do Build Brighter Futures, iniciativa integrada na conferência Building the Future, organizada pela Microsoft, através da faceta Ativar Portugal. Com algumas das maiores empresas nacionais presentes no evento, a organização vai aproveitar a presença dos líderes das empresas para um novo conceito, o Job Pitch Challenge.

A ideia é simples. “Aproveitamos os Mini que ao longo dos dois primeiros dias vão servir para as reuniões com as startups para fazer entrevistas no terceiro dia”, explica a responsável da Microsoft Portugal. Ao todo, 400 entrevistas serão feitas dentro destes carros, nascendo assim o conceito das Mini-Entrevistas. Cada candidato vai ter dez minutos para conhecer o CEO ou o executivo da empresa a seu gosto de que tem as competências necessárias para integrar a empresa. Os melhores candidatos “vão ter acesso a um dia a acompanhar o CEO e todos os segundos lugares vão ter acesso a formação da Microsoft”, explica Vanda Jesus.

Com universitários e jovens à procura de uma nova carreira como público-alvo, esta iniciativa permite que os candidatos se inscrevam no site escolhendo com quem pretendem ter uma oportunidade de entrevista. A lista de empresas disponível é extensa e com vários setores de atividade, tais como tecnologias de informação, banca, retalho, telecomunicações, media e até setor público.

Com cada empresa a fazer a escolha dos candidatos que vão ter entrada nos carros e acesso ao pitch de dez minutos, a diretora de comunicação da tecnológica garante que esta não é a única oportunidade para conhecer responsáveis de empresas. “Só da Microsoft vamos ter 20 pessoas no evento, para quem não conseguir um lugar no carro conseguir ter outras interações.”

O número de candidatos interessados nestas Mini-Entrevistas levou mesmo a organização a alargar o prazo de inscrições. Os últimos registos podem agora ser feitos até ao dia 16 de janeiro.

Mas o Build Brighter Futures não contará apenas com esta procura de talento – também será uma oportunidade para quem queira pensar nas competências necessárias para enfrentar o desafio da transformação digital. “O objetivo não é só pensar na transformação digital, mas também nas competências do futuro.”

O programa conta com várias palestras, para falar sobre educação, como é o caso do jovem Tanmay Bakshi, que, além de trabalhar em inovação e inteligência artificial, é ainda youtuber e programador em empresas como a IBM ou a Google. A palestra de Bakshi terá como intuito a abordagem a novas formas de ensino, com a presença de várias instituições do mundo da educação. “Vamos aproveitar a manhã para provocar o ensino superior”, elucida Vanda Jesus.

Já empresas como a Academia de Código, a Randstad ou a OutSystems estarão presentes para abordar o tema da requalificação de profissionais. Vanda Jesus exemplifica com o próprio caso da Microsoft: “No nosso centro de suporte internacional, passámos de 50 para 450 profissionais e vamos continuar a crescer. Não há universidades suficientes para o flow [de profissionais] de que Portugal vai precisar.” A aposta precisa de passar pela requalificação de profissionais que já estão no mercado de trabalho. Dentro da Microsoft, já há quem tenha começado em ramos totalmente diferentes e ingresse no mundo da tecnologia, exemplifica, frisando que poucas pessoas irão ter o mesmo emprego ao longo de toda a vida.

E, para Vanda Jesus, caso Portugal não consiga colmatar o défice de profissionais de tecnologias da informação no mercado, poderá haver consequências. “Se não conseguimos crescer em talento, os investimentos podem mudar de sítio.”

O evento Building the Future, focado na transformação digital, decorre a 28 e 29 de janeiro, no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa. O terceiro dia ganha a designação Build Brighter Futures e acontece a 30 de janeiro.

Cátia Rocha é jornalista em Dinheiro Vivo

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