O ator José Lopes foi encontrado morto, aos 61 anos, na tenda onde vivia, em Sintra. Foi encontrado por um amigo esta terça-feira, presumivelmente vários dias depois do óbito. Não são conhecidas as causas da morte.
A notícia foi avançada por vários amigos do ator no Facebook, que agora pedem ajuda para organizar o funeral. Também nas redes sociais deixaram homenagens ao colega de profissão, lamentando a situação de miséria em que vivia e a falta de apoio que recebeu em vida.
“Agora há um pedido de donativos solidários para lhe pagar o enterro, e eu próprio colaboro, mas não escapa a muitos de nós que melhor teria sido tal ser feito em vida. Não o funeral, mas o donativo solidário, para viver. Para não ser enterrado em vida, precisamente”, escreveu o autor Rui Zink no Facebook.
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Já o amigo António Alves Fernandes garante que José Lopes sempre recusou ajuda: “Durante muito tempo recusou, com a altivez de um príncipe, qualquer espécie de ajuda e, quando a obtinha, logo a distribuía por quem mais precisava. Era pobre (não de espírito) mas distribuía generosidade como um Rei. Estava doente mas perguntava sempre pela nossa saúde. Deu tudo aos outros e acabou sem nada…”
Numa mensagem de apelo a donativos para as cerimónias fúnebres, José Oliveira explica que o velório será esta quarta-feira na Igreja de São Cristóvão, em Lisboa, e que o excedente dos donativos reverterá a favor da Inês Lopes Gonçalves, filha de José Lopes.
José Manuel Lopes colaborou com Luís Miguel Cintra na docência da disciplina de direção de atores na Escola Superior de Teatro e Cinema – IPL e participou em várias peças de teatro, incluindo “Eu, Antonin Artaud”, peça que integrou o Festival Internacional de Teatro de Lovaina, “Os Negros” de Jean Genet com encenação de Rogério de Carvalho, “Vida e Morte de Bamba” de Lope de Vega com encenação de Luís Miguel Cintra e “Epopeia de Gilgamesh” com tradução de Pedro Tamen e encenação de Adolfo Gutkin.
No cinema, participou em produções independentes como “Adeus Lisboa”, de João Rodrigues, “Interrogatório”, de Maria Mendes e José Pedroso e “Longe” de José Oliveira, filme selecionado para o Festival de Locarno.