A ativista sueca é considerada a personalidade do ano para a revista norte-americana Time. Aos 16 anos, a ativista sueca Greta Thunberg é a pessoa mais jovem de sempre a receber esta distinção. A revelação foi divulgada esta quarta-feira no programa de televisão Today, da NBC.
A jovem ativista ambiental surge na capa da revista com uma fotografia que foi tirada aquando da sua passagem por Lisboa, antes de participar na 25.ª Conferência das Partes (COP25), das Nações Unidas, em Madrid, onde ainda se encontra.
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Greta Thunberg, “o poder da juventude”, escreve a Time sobre a sueca que se tornou num “rosto proeminente na defesa do meio ambiente em face das alterações climáticas”.
O presidente dos EUA, Donald Trump, a líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, e os manifestantes de Hong Kong estavam na lista de candidatos para personalidade do ano.
A distinção de Greta Thunberg surge no dia em que a jovem criticou, em Madrid, os trabalhos da cimeira do clima. Num dos plenários da COP25, a ativista afirmou que a cimeira devia concentrar-se em “soluções políticas” mas em vez disso está a ser “uma oportunidade para os países negociarem subterfúgios e evitarem aumentar a sua ambição”.
A revista norte-americana destaca o papel catalisador da jovem pela defesa do planeta. Em agosto de 2018, Greta Thunberg começou a protestar todas as sextas-feiras contra as alterações climáticas junto ao parlamento sueco, dando origem à greve climática que tem mobilizado milhões em todo o mundo.
A segurar o cartaz com a frase “Greve escolar pelo clima” – que a acompanha para todo o lado – a jovem deu início a um movimento que exige dos líderes mundiais ações concretas em defesa do ambiente, sobretudo na luta contra as alterações climáticas.
A revista norte-americana sublinha o apelo da adolescente “aos que estão dispostos a agir e encheu de vergonha aqueles que não estão”. Destaca ainda o facto de Greta Thunberg ter conseguido convencer vários líderes mundiais, desde presidentes de câmara até presidentes de países, a assumir compromissos concretos em defesa do ambiente.
Desde o protesto no parlamento da Suécia que Greta Thunberg fez-se ouvir ainda mais. Em Nova Iorque, por exemplo, na Cimeira da Ação Climática, organizada pelas Nações Unidas e convocada pelo secretário-geral da organização, António Guterres, dirigiu-se aos líderes mundiais a exigir medidas para salvar o planeta.”Como é que se atreveram? Vocês roubaram-me os sonhos e a infância com as vossas palavras vazias”, afirmou, na altura.
Foi um dos nomes apontados para o Prémio Nobel da Paz deste ano, reuniu-se com o Papa Francisco, esteve no parlamento francês, no parlamento britânico. “O meu nome é Greta Thunberg, tenho 16 anos, venho da Suécia e quero que entrem em pânico” foi o arranque do discurso que proferiu no Parlamento Europeu.
“Inspirou quatro milhões de pessoas a unirem-se à greve climática global a 20 de setembro de 2019, na maior demonstração climática da história da humanidade”, sublinha a revista norte-americana. A imagem de Greta Thunberg e o que ela representa tem sido assinalada “em murais e máscaras de Halloween”, enumera.
No perfil que a revista faz, é referida a franqueza desconcertante da jovem sueca, a quem lhe foi diagnosticado o síndrome de Asperger, “o que significa que não funciona no mesmo registo emocional de muitas das pessoas que conhece”. “Ela não gosta de multidões, ignora conversa fiada, e diz frases diretas e simples. Não pode sentir-se lisonjeada ou distraída. Não está impressionada com fama de outras pessoas, nem parece ter interesse na sua própria fama crescente. Mas essas mesmas qualidades ajudaram a torná-la uma sensação global”, descreve a Time.
No ano passado, os editores da revista escolheram os jornalistas assassinados ou perseguidos, os “guardiães” na “Guerra à Verdade”, descreveu a publicação. Jamal Khashoggi, Maria Ressa, Wa Lone, Kyaw Soe Oo e o jornal Capital Gazette fizeram parte do grupo escolhido pela Time.
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