Apesar de o ataque à Academia ter acontecido há mais de um ano e direção e até equipa técnica terem mudado no Sporting, Bruno Fernandes admitiu esta tarde ter receio que algo semelhante volte a acontecer no caso de maus resultados, tal como tinha feito Ristovski mais cedo.
Ambos foram esta terça-feira ouvidos no Tribunal do Montijo, onde prestaram depoimento por videoconferência no âmbito do julgamento do ataque à Academia de Alcochete, que decorre no Tribunal de Monsanto.
«Quando temos jogos sinto ansiedade. Se as coisas não correm bem, pode acontecer novamente. Nunca vivi nada disto», disse, referindo ter temido pela famÃlia a ponto de tirar a famÃia de Lisboa. «Mais do que a minha vida, temi pela vida dos meus familiares, principalmente a minha filha e a minha mulher. Pedi à minha mulher que fossem para o Porto, para que nada lhes pudesse acontecer», disse.
Voltando a 15 de maio de 2018, deu pormenores semelhantes a outros companheiros de equipa, como barulho de portas a bater, gritos, ameaças e depois agressões. Havia alvos. «Eram uns 20 ou 25. Foram diretos a Rui Patrício e William Carvalho, depois Acuña e Battaglia. Diziam vocês não merecem esta camisola. Vamos matar-vos, não ganhem no domingo [final da Taça frente ao Aves] e vão ver o que vos acontece», recordou. Bruno Fernandes disse ainda que viu Jorge Jesus «com sangue na boca» e Bas Dost «já com a cabeça a ser tratada, a levar pontos».