Estudo mapeia mudanças no cérebro de pessoas que pensam em suicídio

Cérebros de pessoas que pensam em suicídio funcionam de forma diferente (Foto: Pexels)

Pelo menos duas estruturas cerebrais funcionam de forma diferente das pessoas que pensam (ou tentaram) o suicídio. A descoberta foi publicado na revista científica Molecular Psychiatry por pesquisadores das universidades de Cambridge, Reino Unido, e a Yale, nos Estados Unidos.

O estudo baseou-se na revisão de 131 artigos científicos em que participaram mais de 12.000 pessoas. Em todos os estudos, os testes de diagnóstico por imagem do sistema nervoso humano estavam focadas. “Esperamos que isso nos forneça mais informações sobre o que pode estar acontecendo em termos de mecanismos cerebrais”, disse Anne-Laura van het Harmelen, uma das autoras, de acordo com a New Scientist.

Combinando os resultados de todas as análises anteriores, a equipe notou evidências de alterações estruturais, funcionais e moleculares no cérebro de pessoas que haviam tentado suicidar-se ou pensar sobre isso. Portanto, os cientistas observaram que as ligações entre duas redes neurais do cérebro funcionam de forma diferente estes voluntários, o que sugere uma correlação com o comportamento suicida.

Segundo eles, a primeira parte do cérebro que age de forma diferente em pessoas que pensam ou já tentaram o suicídio é o córtex pré-frontal ventral medial e lateral. Esta é a região do sistema nervoso responsável por conectar as partes do cérebro envolvidas na emoção – por que as mudanças nesta rede podem conduzir a pensamentos negativos excessivos e dificuldades na regulação das emoções.

A segunda área que atua de forma diferente, conhecida como córtex pré-frontal, dorsal e sistema de giro frontal inferior. Como explicam os autores, esta é a parte do cérebro que tem o papel de tomar decisões, encontrar soluções alternativas para os problemas e controlar o comportamento.

Isto sugere que as mudanças na estrutura, função ou bioquímica dessas partes do cérebro podem resultar em pensamentos mais negativos sobre o futuro, além da incapacidade para controlar os pensamentos, o que pode levar a situações onde o indivíduo está em maior risco de Suicídio.

Vale a pena lembrar que essas mudanças no cérebro não são marcadores definitivos, ou seja, não definem quem tentará se matar. De fato, essas diferenças podem resultar em angústia e problemas de saúde mental em indivíduos, que envolvem suicídio ou não.

Como Lianne Schmaal, uma das participantes da pesquisa, artigos como o de sua equipe são importantes para ajudar a prevenir a morte por suicídio. “É essencial que atuaremos o mais rápido possível para reduzir o risco de uma pessoa”, disse ele em um comunicado. “Para muitas pessoas, isso será durante a adolescência. Se nós podemos encontrar uma maneira de identificar os jovens em maior risco, teremos a oportunidade de intervir e ajudá-los nesta fase importante de suas vidas”.

Se precisa de ajuda, entre em contato com o Centro de Valorização da Vida tão rapidamente quanto possível. Telefone: 188, e-mail: [email protected], ou através do site: www.cvv.org.br/chat/.

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