Envie notícias, fotos ou vídeos.
Entre em contato com o setor comercial atual e conheça as nossas opções e valores de anúncios que são ideais para o seu negócio.
O aumento do dólar nas últimas semanas, depois de ter quebrado recordes, o Plano Real, ao atingir R$ 4.25 até o final de novembro, já está começando a afetar as viagens internacionais e a demanda de troca, especialmente nos Estados Unidos e Canadá. Frente à escalada da moeda americana, muitas pessoas já estão revendo planos em busca de novos destinos no mercado nacional.
“Devemos deixá-lo mais longe. Agora, não podemos conciliar os preços. Se vamos estas condições, vamos passar toda a viagem fazendo matemática”, diz Ivana.
“No último mês e meio, temos notado uma queda na demanda de troca e muitos estudantes que já estavam interessados se deram por vencendo”, diz Suzana Dias, sócia da agência de intercâmbio Get It.
A Associação Brasileira de Agências de Viagens de Minas Gerais (Abav/MG) garante, no entanto, que ainda não houve um impacto sobre as empresas do setor. “Temos artifício para poder combater esses aumentos repentinos. O dólar entre R$ 3,90 e R$ 4,25 já se esperava, não é uma catástrofe, e a tendência é a estabilidade. Mas se passar disso, o euro terá R$ 5. Isso complica para aqueles que ganham em realidade”, diz Alexandre Brando, presidente da entidade, que aponta para os vizinhos Argentina e Chile, como possíveis destinos alternativos para escapar da variação cambial.
“Aqueles que já têm o hábito de viajar para o estrangeiro viajam até mesmo com o dólar alto. Para as agências de turismo, o problema é conseguir novos clientes”, diz Dayane Assis, funcionário de uma agência CVC em Belo Horizonte.
Andrea Panisset, Gerente de Marketing da Belvitur, também garante que as famílias não deixem de viajar, mas que passem menos tempo no site e apresentarem outros destinos. Aponta que 2019 alcançou vendas recorde, com um aumento de 20% em relação ao ano passado. Só em novembro, a expansão alcançou 35%, o que atribui a agressiva estratégia do Black Friday.
As incertezas continuam pressionando a moeda norte-americana
A disputa comercial e monetária entre os estados Unidos e a China tem levado os investidores a buscar o dólar, o que gera menos riscos, no caso de uma desaceleração da economia mundial.
“Desde o início de 2019 até agora mais de R$ 40 bilhões saíram do Brasil. A insegurança comercial leva os agentes econômicos a buscar uma moeda conversível, neste caso, o dólar”, explica Marco Flávio da Cunha Resende, professor do departamento de economia da UFMG, que também atribui o aumento das recentes declarações do Ministro da Economia e Paulo Guedes, em Washington.
O ministro disse que “é bom acostumar-se a baixar as taxas de juros durante muito tempo e com a taxa de câmbio mais alto durante muito tempo”. Os estados geraram incerteza com relação à moeda brasileira.
Os juros a que se referiu Guedes é também outra razão que determinou a desvalorização da moeda brasileira. A queda da Selic (taxa de juros básica da economia), atualmente em 5% por ano, diminui os rendimentos daqueles que aplicam dinheiro no país. As instabilidades políticas nos países vizinhos do Brasil também afetam o aumento do dólar.
“O estrangeiro vê a região (países vizinhos do Brasil) com mais cautela, aumenta a aversão ao risco dos investidores e a menor oferta de dólares no país faz com que este nível seja alto”, diz Mauro Rochlin, economista e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Internamente, Rochlin também vê como causa para o atraso na aprovação das reformas de que o mercado considera necessárias no Brasil. “Em um ano de governo, só o da Segurança Social, nada mais de reforma administrativa ou fiscal, e o mercado considera como a condição política mais baixa para fazer estas mudanças”, acrescenta.
Por outro lado, o aumento do dólar beneficia os exportadores de produtos como a soja. De acordo com Marco Flávio Cunha Resende, as transferências de produtos importados ou que dependem de insumos adquiridos através de importação, principalmente electrónicas, devem continuar pesando no bolso do consumidor.
“O custo de produção aumentou, mas as empresas estão mantendo o aumento porque a economia continua estagnada, mas assim que você começa a crescer, o que deve ocorrer nos próximos meses, integrará os preços”.
Clique para ampliar
Saiba mais
Dada a incerteza que gera a variação cambial, é necessário continuar a negociação e ser conscientes de dicas para não ter perdas, especialmente, ao comprar a moeda estrangeira. “Aqueles que têm mais tempo devem comprar quantidades mais pequenas, de forma fracionada, para atenuar as perdas com a oscilação. Assim, desde o momento em que decidir a viagem, já começaria a comprar a moeda mês a mês, para não ser tomado como refém por um agudo alto”, sugere Alexandre Monteiro, sócio da startup mineira MelhorCambio.com.
Criada em 2015, a empresa mapeia o preço de 22 moedas em mais de 1.500 escritórios de câmbio em 283 cidades brasileiras, uma plataforma útil para aqueles que querem estar a par da oscilação da moeda. O site recebe 3 milhões de visitantes por mês e fornece um serviço de alertas em caso de queda de dólares, por exemplo. Em Belo Horizonte, tanto o euro como o dólar tem uma diferença de até 4 cêntimos entre os escritórios de serviços pesquisados.