O Keep Safe parece um assistente digital, mas na verdade é um cofre para cannabis. (Foto: Divulgação/Keep Labs)
No site do CES 2020, a Keep Labs aparece com destaque: a startup foi uma das nomeadas para o prêmio de inovação da maior feira de tecnologia do mundo por criar o Keep Smart, um cofre inteligente para guardar produtos derivados da cannabis.
Já no evento em si, a Keep Labs está escondida: apesar do prêmio, a CTA (Consumer Technology Association), que organiza o CES, pediu para que a empresa apresentasse seu produto sem mencionar que ele era destinado para uso com produtos de cannabis. Qualquer produto ligado a maconha e tabaco é proibido no evento.
A Keep Labs decidiu que não seria possível ir à feira com essas condições.
O Keep Smart, por fora, é uma caixa que parece ser um assistente virtual como o Amazon Echo ou Google Home. O aparelho pode ser aberto pelo celular ou por meio de biometria. Dentro dele, existem vários compartimentos para guardar cannabis de forma segura, longe do alcance de crianças ou visitas. O compartimento é hermeticamente selado, mantendo a qualidade e aroma do produto.
Caso haja alguma tentativa de abrir a caixa à força, seu dono recebe notificações pelo celular.
Não foi a primeira vez que a Keep Labs teve dificuldade para divulgar o Keep Safe. As primeiras tentativas de financiar o projeto, em sites de crowdfunding como Kickstarter e IndieGogo, foram proibidas por violar os termos de uso das plataformas ao mencionar a cannabis.
Em entrevista ao TechCrunch, o co-fundador da startup, Philip Wilkins, afirmou que a decisão de não ir ao CES é uma forma de “fazer justiça à marca.” A ideia do Keep Safe surgiu após um amigo de Wilkins consumir um doce com maconha sem saber: retratar o produto como mera “unidade de armazenamento”, sem fazer menção ao que motivou sua criação, seria injusto, de acordo com Wilkins.
É o segundo ano seguido em que o CES entra em polêmica a respeito de um premiado. Em 2019, os organizadores do evento revogaram um prêmio dado à empresa de sextech Lora DiCarlo, por “não se encaixar em nenhuma das categorias de produto.” Pouco depois, a CTA voltou atrás de sua decisão. Este ano foi o primeiro do CES em que sex toys e afins foram permitidos na feira.
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