A torcida do Defensa y Justicia lotou o Estádio Norberto “Tito” Tomaghello e protagonizou uma bonita festa na estreia do clube na Copa Libertadores, contra o Santos, na última terça-feira (3). O confronto marcou o primeiro jogo dos argentinos na competição em toda sua história, mas um torcedor decidiu colocar uma mancha no belo capítulo da instituição, direcionando insultos racistas à torcida santista. O clube, no entanto, logo corrigiu isso: identificou o homem e o proibiu de entrar novamente em seu estádio.
Em comunicado divulgado na sexta-feira (6), o Defensa y Justicia afirmou que, por meio de seu sistema de monitoramento no Tito Tomaghello, conseguiu “identificar o indivíduo responsável por tais gestos discriminatórios, e, embora ele não seja um sócio, o clube anunciará a proibição de sua entrada no estádio”.
O DyJ disse que fará um pedido às autoridades de segurança nacionais e provinciais competentes para garantir que a sanção seja efetiva e o torcedor não seja mais permitido nas instalações do clube. Além disso, pediu repetidas desculpas ao Santos.
“O Defensa y Justicia deseja reafirmar seu compromisso com um futebol sem violência, onde as instituições e seus torcedores sejam respeitados num marco de igualdade e paz. Na terça-feira, em Florencio Varela, houve uma verdadeira festa, em que nossos torcedores puderam viver um momento histórico, e lamentamos que isso tenha sido manchado pela atitude de um indivíduo.
Como instituição, estamos empenhados em redobrar os nossos esforços para erradicar o racismo do futebol, tanto dentro como fora de campo.
Mais uma vez, pedimos desculpas pelo Santos FC e a seus fãs por este infeliz incidente”.
O Santos havia se pronunciado já na quarta-feira (4), um dia depois das imagens de um homem imitando um macaco em direção à torcida adversária serem divulgadas nas redes sociais, filmadas por um torcedor santista presente no estádio. O clube brasileiro escreveu que entraria “com a devida representação junto à Conmebol em relação ao inadmissível episódio de racismo na partida” e cobrou da instituição a identificação do torcedor argentino e a devida punição. Para sua sorte, não teve que esperar a proatividade da confederação sul-americana.
A postura do Defensa y Justicia é especialmente elogiável se vista dentro do contexto atual do futebol, em que clubes cujos torcedores cometem atos racistas costumam, em grande parte, se preocupar mais em se distanciar dos indivíduos, dizendo que eles não representam o restante da instituição e torcida, do que em identificar o perpetrador. Com a escalada de intolerância na sociedade, da qual o futebol não é exceção, que a ação do clube argentino sirva de referência aos outros participantes da Libertadores.