Usa MB WAY? PSP alerta para aumento de burlas

“Nunca siga instruções de desconhecidos para fazer pagamentos por MB WAY”, alerta a polícia que deixa ainda recomendações aos utilizadores.

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A PSP já tinha alertado em novembro do ano passado, e volta a fazê-lo esta semana, também através da página de Facebook. Em causa está o aumento de burlas através do MB Way. A Polícia de Segurança Pública aconselha a quem não compreenda o funcionamento da aplicação, para que não a utilize.

Entre alguns dos conselhos que são deixados na publicação da PSP, está o pedido de informação ao banco sobre o funcionamento do MB WAY antes de começar a utilizar a aplicação, tentar sempre fazer os negócios de forma presencial se estiver na mesma área geográfica do comprador e ianda o de tentar receber os pagamentos presencialmente ou através de transferência bancária.

“Nunca siga instruções de desconhecidos para fazer pagamentos por MB WAY”, alerta a polícia.

A PSP de Aveiro está a investigar o caso de duas pessoas residentes em Ovar que terão sido burladas através da aplicação informática de pagamentos e serviços MB WAY, informou, a semana passada, aquela força policial.

Segundo um comunicado da PSP, o primeiro caso ocorreu no dia 27, pelas 14:00, e teve como vítima um homem, de 61 anos, que tinha à venda um artigo em cerâmica num site de compra e venda ‘online’.

A PSP refere que a vítima recebeu uma chamada de um desconhecido que mostrou interesse na compra do referido artigo, informando que pretendia fazer o pagamento através da aplicação MB WAY.

“A vítima, que desconhecia o modo de utilização da nova tecnologia, dirigiu-se a uma caixa Multibanco e, seguindo instruções do suspeito, introduziu o número de telemóvel deste e o respetivo código”, refere a mesma nota.

Desta forma, adianta a PSP, a vítima associou ao seu cartão Multibanco os dados do suspeito, acabando, inadvertidamente, por lhe dar acesso à conta que está associada ao seu cartão, permitindo assim que o suspeito realizasse levantamentos indevidos de dinheiro da sua conta bancária.

A vítima só se apercebeu que tinha sido vítima de burla pelas 20:00, quando um funcionário do Banco lhe ligou a informar que, durante a tarde, tinham sido feitos levantamentos de dinheiro.

Ainda em Ovar, no dia 28 de janeiro, às 17:39, outro homem, de 60 anos, denunciou, também, ter sido vítima do mesmo tipo de crime, através do mesmo “modus operandi”, quando pretendeu vender um eletrodoméstico, num site de compra e venda ‘online’.

Ambos os casos estão a ser investigados pela PSP.

Em novembro, A PSP já tinha alertado para o aumento de ocorrências relacionadas com burlas através do MB WAY, especialmente em 2019″.

“Existem 99 registos referentes a burlas deste género em 2018, no nosso Sistema Estratégico de Informação. Em 2019, até dia 31 de maio, já existiam 135 registos”, anunciou a PSP.

Na publicação, a PSP dizia que a investigação e análise do Departamento de Investigação Criminal identificou um modus operandi: “ainda que haja algumas variações, consiste no aproveitamento feito aos anúncios que as vítimas colocam online para venda de objetos em sites dedicados a este tipo de comércio (OLX, CustoJusto, entre outros). Posteriormente, são contactados telefonicamente por supostos compradores – os burlões, que mostram interesse naquela compra. Na sequência desse contacto, os burlões convencem as vítimas a dirigirem-se a um ATM para, supostamente, efetuarem o pagamento do objeto via MB WAY. Quando conseguem enganar a vítima, aproveitam o desconhecimento que a vítima possui sobre a aplicação MB WAY e, através de indicações enganosas sobre os procedimentos a adotarem, conseguem aceder à conta bancária da vítima e fazer vários levantamentos e compras de forma ilegítima.”

“A vítima, é, assim, levada a introduzir no ATM o número de telemóvel do suspeito e o fornecimento do respetivo código, associando-o ao seu cartão de Multibanco, convencida de que são os procedimentos próprios para receber o pagamento através do MB WAY, acabando por cair na armadilha. Convencida de que está a ajudar o potencial comprador a pagar o objeto está, efetivamente, a dar-lhe a capacidade de acesso à conta que está associada ao seu cartão de Multibanco, permitindo assim os levantamentos indevidos da sua conta bancária”, pode ler-se na publicação da PSP.

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