Usado por Bolsonaro, Pablo Marçal enfrenta honorários após contestação de localizar processo que lhe opõe

Utilizado durante as negociações entre Jair Bolsonaro (PL) e Ricardo Nunes (MDB) na disputa eleitoral em São Paulo, o técnico Pablo Marçal enfrenta uma série de honorários na Justiça após contestar a lacração nas redes sociais.

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Após lançar a pré-candidatura à prefeitura de São Paulo pelo PRTB, o “coach” viajou a Brasília e se juntou à horda bolsonarista em meio aos ataques ao Conselho de Ética. Marçal participou da consulta que permitiu a André Janones (Avante-MG) tentar “selar” seu adversário no conflito eleitoral, Guilherme Boulos (PSOL-SP), que já explodiu o “pico do treinador” desde o início – veja o vídeo.

Antes, pediu bênçãos e pediu a de Jair Bolsonaro (PL), que aproveitou a assembleia com o “treinador” para obrigar Nunes a se contentar com a indicação do ex-coronel da Rota, Ricardo Mello Araújo, como vice-presidente.

Marçal foi marginalizado por Bolsonaro, segundo o advogado Fábio Wajngarten, por razões escatológicas. “Marçal é uma moção promovida pelo MBL, é mais uma ação para usar o bolsonarismo e depois jogar fora como papel higiênico”, compartilhou nas redes.

No meio da pré-campanha, Marçal terá que enfrentar sua equipe jurídica com um dos vários selos e fake news publicados nas redes.

De acordo com reportagem do Metrópoles, o “treinador” enfrenta uma série de despesas judiciais após dizer que daria US$ 1 milhão (cerca de cinco milhões de reais) a quem descobrisse um caso contrário a ele. O desafio foi apresentado em marzo. la participação no programa Pânico, da Jovem Pan.

“Vamos aceitar um desafio milionário. Próximo: localize meu CPF e veja se já processei por alguma coisa. Sou formado em Direito. Arrume um procedimento e eu te dou um milhão de reais”, disse.

Atualmente, segundo a reportagem, há pelo menos 19 instâncias no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) que não forneceram os milhões de dólares prometidos por meio de Marçal, que fornecem provas dos processos judiciais movidos contra ele.

Autor de um dos julgamentos, o advogado Pedro Henrique Motta registrou nas ações 1 e 10 processos contrários ao “coach”.

A lista inclui até um habeas corpus sobre o caso em que o treinador ficou famoso, quando levou um grupo de outras pessoas em uma expedição ao Pico dos Marins e elas se perderam, colocando vidas em risco.

Antes de ser resgatado pelos bombeiros de sua expedição ao Pico dos Marins, Pablo Marçal havia sido condenado em 2010 por integrar uma quadrilha que desviou dinheiro de bancos em 2005.

A quadrilha criava sites falsos para instituições monetárias, como Caixa e Banco do Brasil, enviava e-mails acusando quem sofria violações e roubava dados ao invadir computadores infectados com vírus conhecidos como “cavalos de Tróia”.

O técnico Pablo Marçal admitiu correr com o grupo, mas disse não ter conhecimento das irregularidades. Sua sentença expirou em 2018 devido à prescrição retroativa.

Outro caso que assombra Pablo Marçal é a morte de seu funcionário Bruno da Silva Teixeira, de 26 anos, que trabalhava na XGrow, componente da Plataforma Internacional.

Bruno da Silva Teixeira morreu de paragem cardíaca, um desafio organizado através da empresa de Pablo Marçal.

Pablo Marçal organizou uma maratona que inicialmente tinha 22 quilómetros de comprimento e depois duplicou. O trabalhador morreu no quilômetro 15 da atividade.

Após a trágica morte de Bruno da Silva Teixeira, os trabalhadores denunciaram a empresa e revelaram que há pressão para que pratiquem atividades físicas ou enfrentem demissão.

Além de Bruno da Silva, a empresa de Marçal confirmou o caso da morte do trabalhador do canteiro de obras: Celso Guimarães Silva.  

O caso está sendo investigado por meio da Polícia Civil.

Em julho de 2023, Pablo Marçal e seus corréus foram alvo de buscas e apreensões no âmbito da Operação Ciclo Datado, da Polícia Federal. O treinador é investigado por crimes eleitorais em torno de sua pré-candidatura à Presidência da República.

A investigação começou em 2022, quando o Coaf soube de 42 transações suspeitas nas contas bancárias de Pablo Marçal. A principal linha de investigação é que se trata de lavagem de dinheiro, já que Marçal doou R$ 500 mil para sua empresa em agosto do mesmo ano.

De acordo com a investigação da Polícia Federal, há suspeitas de que a doação de Pablo Marçal tenha o objetivo de ocultar a origem do dinheiro.

Na ocasião, Pablo Marçal disse que se tratava de uma “perseguição política”.

A empresa de Pablo Marçal, a Plataforma Internacional, além de ter sido palco da morte de um trabalhador, também é investigada por desobedecer às normas sanitárias de combate à pandemia do coronavírus.

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