São Paulo (Brasil)2020-01-07T21:45:00+0000
O presidente da França, Emmanuel Macron, telefonou nesta terça-feira (07/01) para o mandatário do Irã, Hassan Rouhani, e manifestou preocupação com a escalada de tensão entre Teerã e Washington, após o assassinato do general iraniano Qassem Soleimani em um ataque aéreo norte-americano em Bagdá, capital do Iraque.
Segundo comunicado emitido pelo Élysée, site oficial da presidência francesa, Macron afirmou a determinação da França em “trabalhar para aliviar” as tensões na região. A nota ainda afirma que o mandatário francês pediu que o Irã se “abstenha de qualquer medida que agrave a escalada em andamento”.
“O presidente da república e o presidente Rouhani decidiram se manter em contato pelos próximos dias”, afirma o comunicado. De acordo com o site Sputnik, os dois líderes também conversaram sobre os desdobramentos que decorreram após a morte de Soleimani.
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Ainda na ligação, Macron e Rouhani teriam discutido sobre a segurança regional e em relação ao acordo nuclear firmado em 2015, no qual o Irã anunciou sua saída total no domingo (05/01). O documento emitido pelo governo francês afirma que Macron pediu para que o país iraniano retorne “rapidamente” ao acordo.
No sábado (04/01), Macron já havia declarado preocupação em relação à escalada de tensão entre os países. Pelo Twitter, afirmou duas “prioridades” da França: “a soberania e segurança do Iraque, bem como a estabilidade da região. A luta contra o terrorismo do Estado Islâmico. Nada deve nos distrair desses objetivos”, disse.
Pompeo volta a defender o ataque dos EUA
Nesta terça-feira, em uma coletiva de imprensa, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, voltou a defender que o bombardeio contra Soleimani foi uma ação legal. “Nunca vi este governo tomar decisões desta natureza sem uma revisão completa e aprofundada em termos jurídicos”, afirmou.
Segundo a agência Reuters, o secretário insinuou que o general iraniano não estava em uma missão diplomática em Bagdá. “Existe alguma história que indique que era remotamente possível que esse gentil cavalheiro, esse diplomata de grande ordem —Qassem Soleimani— tivesse viajado para Bagdá com a ideia de conduzir uma missão de paz?”, disse ele. “Sabemos que isso não era verdade.”
Otan
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) anunciou nesta terça-feira, que irá retirar, temporariamente, parte de suas tropas que estão no Iraque.
“Estamos tomando todas as precauções necessárias para proteger nosso pessoal. Isso inclui o reposicionamento temporário de algumas pessoas em locais diferentes, dentro e fora do Iraque”, disse uma autoridade da OTAN à Reuters.
No domingo (05/01), o Parlamento do Iraque aprovou uma resolução pedindo ao governo que cancele a assistência militar dada aos EUA, o que poderá significar a retirada das tropas norte-americanas do território iraquiano.
Segunda-feira, Washington disse que não tem a intenção de retirar as suas tropas do país.
(*) Com o Sputnik.