O curioso (e pouco conhecido) “Centrão” europeu

Reúne uma combinação de social-democracia e conservadores abastados. Sua missão é proteger os “mercados”. Ele lidera a Comissão Europeia, embora com dificuldades. Os avanços da extrema direita e dos blocos de esquerda abrem outros horizontes políticos

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Existe um “Centrão” na Europa? Ele existe, mas com um diferente do Brasil. Em nosso país, a palavra se refere a uma organização massiva de parlamentares do Congresso Nacional que, quando o governo entra e o governo sai, negociam fisiologicamente apoios, favores, orçamento e orçamentos próprios. benefício.

O que existe na Europa é um agrupamento de partidos e blocos designados nos meios de comunicação social como meia-direita, meio-esquerda e meio-esquerda, que, de eleição em eleição, dominam a cena política noutras combinações e coligações. Inclui partidos conservadores, como o Renascimento de Emmanuel Macron em França ou a União Democrata Cristã na Alemanha, partidos liberais, como o FDP (da Freie Demokratische Partei) na Alemanha, partidos social-democratas ou mesmo alguns socialistas. Governam segundo uma linha económica liberal, praticam a austeridade orçamental juntamente com programas sociais mais ou menos moderados, expressam preocupações ambientais, juntamente com o proteccionismo agrário em alguns casos, permanecem inabaláveis ​​com a NATO e, mais recentemente, expressam forte hostilidade em relação à Rússia. apoiando o governo de Kiev na guerra contra Moscou.  

Este bloco central da política europeia sofreu alguns choques, na França e na Alemanha.

Na França, o partido do presidente Emmanuel Macron sofreu uma derrota retumbante nas mãos da extrema-direita Marine Le Pen nas eleições para o Parlamento Europeu em junho passado, levando o chefe do Executivo a dissolver a Assembleia Nacional e convocar novas eleições. Neste último, seu partido mostrou alguma recuperação, mas veio por enquanto contra a Nova Frente Popular de partidos de esquerda, que desta vez atraiu o Partido Socialista. Algo semelhante aconteceu na Alemanha, onde o partido social-democrata do chanceler Olaf Scholz foi ultrapassado pelo partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha, embora o partido com mais votos tenha sido o clássico e conservador Partido Democrata Cristão. Grande parte da mídia destacou a ascensão da extrema direita como o fato mais marcante dessas eleições.

Ao mesmo tempo, o costume da presidência rotativa do Conselho Europeu, quadro que reúne os chefes de Estado da União Europeia, faz com que caiba agora ao húngaro Viktor Orbán, da extrema direita. Isto provocou tremores sísmicos na União, com visitas imprevistas a Vladimir Putin (embora precedidas de uma a Kiev), à China e a Donald Trump nos Estados Unidos. Estes objectivos consensuais dos blocos dominantes do continente pareciam ameaçar ruir.

Mas a reação do que eu chamo metaforicamente de “Centro Europeu” não demorou a chegar, liderada pelos partidos tradicionais de direita ou centro-direita. A semana passada apresentou duas vitórias vitais para este bloco gigante que, apesar de seus reveses, continua hegemônico dentro da União Europeia.

A primeira vitória veio com a eleição de Yaël Braun-Pivet como presidente da Assembleia Nacional Francesa. Do mesmo partido do presidente Emmanuel Macron, ele derrotou o comunista André Chassaigne, da Nova Frente Popular, e Sébastien Chenu, da União Nacional de Marine Le Pen, com 220 votos, que obtiveram 207 e 141 votos, respectivamente. O partido de Macron conseguiu formar uma aliança com os republicanos conservadores, que temem salvar a esquerda no governo.

A segunda vitória veio com a reeleição de Ursula von der Leyen, da União Democrata Cristã Alemã, para o Parlamento Europeu como presidente da Comissão Europeia, o órgão da União.

No início, os políticos alemães tentaram enganar a primeira-ministra italiana, Georgia Meloni, que vem de um dos blocos de extrema-direita no Parlamento Europeu. A iniciativa deu errado. O chanceler alemão, Olaf Scholz, ameaçou retirar o seu se a reaproximação com Meloni continuar. Ursula von der Leyen retirou-se e começou a procurar outros blocos, considerados “democráticos”, entre eles os Verdes, juntamente com os socialistas, social-democratas e liberais.  

Ele ganhou um grande número de votos e foi reeleito com 401 votos a favor, muito mais do que os 383 votos que obteve quando foi eleito pela primeira vez em 2019. Desta vez, houve 284 votos contra. Houve também 22 votos nulos ou em branco. Por conseguinte, restam cinco anos como Presidente da Comissão Europeia.

No entanto, é de notar que a situação política na União Europeia está a sofrer alterações significativas. Viktor Orbán está rearticulando a extrema direita no Parlamento Europeu, demonstrando seu objetivo para um líder europeu e global.

Na França, após a derrota no embate pela presidência da Assembleia Nacional, o bloco de esquerda, a Nova Frente Popular, reagiu e nas eleições seguintes, para o Conselho de Administração, obteve 12 dos 21 assentos em disputa.

Em outras palavras, tanto von der Leyen quanto Emmanuel Macron terão que agir com muita cautela e efetivamente continuar seu mandato.

As eleições revelaram a ascensão da extrema direita e as fissuras no projecto da rede europeia. A França e a Alemanha, os pilares do continente, radicalizaram o fomento da guerra. O custo: fadiga do eleitor. A “reconstrução” da Ucrânia terá de ser aprofundada

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