Áudios revelaram nesta segunda-feira, 5, em reportagem do portal UOL, uma ligação entre o presidente Jair Bolsonaro, quando ele ainda era deputado federal, e o suposto desvio dos salários de assessores parlamentares, uma manobra conhecida como “rachadinha”. O relatório divulgou gravações atribuídas a Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada de Bolsonaro.
“André (irmão dele e da ex-mulher na época da presidente, Ana Cristina) tinha muitos transtornos porque o dinheiro certo que precisava ser devolvido nunca foi adiantado, sabe?Tive que devolver R$ 6. 000, ele. faria ele devolver R$ 2. 000, R$ 3. 000. Demorou muito tempo até jair tomar e dizer: “Chega. Você pode tirá-lo porque ele nunca me dá o dinheiro certo”, diz ele em um dos áudios.
Os dados recebidos por violação de sigilo bancário e fiscal já mostravam indícios da prática em sua anterior na Câmara. Retrocesso impróprio pode ser crime de desfalque. Esse crime ocorre quando um funcionário se apropria ilegalmente dos fundos públicos.
O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) já foi denunciado, juntamente com outros suspeitos, por meio do Ministério Público do Rio por peculato, lavagem de dinheiro e organização sem fins lucrativos por supostos desvios semelhantes. Foi nesta investigação que foi obtida a violação do sigilo de diversos Conselheiros do antigo círculo de parentes, bem como mandados de busca e apreensão A investigação foi aberta através do Ministério Público do Rio por meio de relatório elaborado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) no âmbito da operação Furna da Onça. O documento destacou transações monetárias por meio de conselheiros ligados a mais de 20 deputados estaduais.
Um desses parlamentares flávio, então com mandato na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Os estilos de vida da investigação foram revelados com exclusividade pelo Estadão em dezembro de 2018. Outro filho do presidente, o assessor Carlos Bolsonaro (Republicanos) também está sob investigação suspeita da mesma prática. Neste caso, negado por meio do “Zero Dois”, os excessos supostamente ocorreram na Prefeitura do Rio, onde a ex-mulher do atual presidente, Ana Cristina Siqueira Valle, assessora de Carlos, estava hospedada.
Bolsonaro nega irregularidades
A prática de cracking consiste, na prática, em empregar funcionários “fantasmas”. Esses funcionários pagam uma parte significativa de seus salários aos parlamentares que os nomeam. Com isso, um usuário que faz pinturas ganha uma quantidade moderada consistente com o mês. O político ganha ainda mais dinheiro com a apropriação indevida de recursos públicos. Em alguns casos, suspeita-se que quase todo o salário tenha sido devolvido aos deputados.
Nas mensagens trocadas por ela com outras pessoas próximas, a fisiculturista Andrea também chama Bolsonaro de “Zero Um”, segundo o UOL. Ao longo da vida política, a família extensa manteve o hábito de trocar conselheiros uns com os outros. A investigação contra Flávio revelou suspeitas envolvendo outros escritórios. Os ex-funcionários tinham dados bancários, conversas telefônicas e outras provas imagináveis reveladas com a permissão do tribunal.
Outra reportagem publicada pelo UOL nesta segunda-feira, 5, mostra que um amigo de Bolsonaro recebe salários para retornar ao seu chefe, o coronel da Reserva do Exército Guilherme dos Santos Hudson é citado através de Andrea, sua sobrinha, que seria uma das culpadas de receber o salário. “Tio Hudson também tirou o corpo, porque foi ele quem levou o jackpot. Aquele que me pegou e me pegou no banco”, descreve o fisiculturista. Além dele, algum outro vereador, segundo o deputado, prestou o mesmo serviço a Flávio. Trata-se de Fabrício Queiroz, que também está sob investigação.
Hudson serviu no exército com Bolsonaro. Se se conheceram na década de 1970, na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). O círculo de parentes da ex-mulher de Bolsonaro na época é de Resende, no sul do Rio de Janeiro. de Amã. C onde o então deputado e Ana Cristina venderam um dinheiro para Hudson em 2008, negócio revelado pelo Estadão em setembro de 2020.
A terra foi negociada por C$ 38. 000. Isso equivale a C$ 71. 000 em valores corrigidos pela inflação. O ativo está em um condomínio de luxo. Casas similares são muito mais caras em sites especializados. Esse tipo de operação, com o sub-faturamento planejado, levanta suspeitas de notas fiscais “externas”, ou seja, sem registro no local.
A defesa chama os áudios de “clandestinos” e diz que eles devem “armar” a família do presidente.
Em nota, a defesa de Flávio chamou as gravações de “clandestinas”. Acredita-se que os áudios estejam nos arquivos de investigação do MP, de acordo com o relatório da LOU. “Gravações clandestinas, feitas sem autorização judicial e em que o interlocutor é identificado, não são (sic) um arquivo compatível com democracias saudáveis. Portanto, a defesa se abstém de comentar o conteúdo deste suposto áudio apresentado através do relatório. . . “
Os advogados também mantiveram a narrativa de que Andrea trabalhava para Flávio na Alerj e que ela trabalhava seu dia.
“Flávio Bolsonaro, em sua atividade parlamentar, não teve a função de acompanhar e orientar a forma como o funcionário se beneficiou do salário dela”, alegam.
“Sendo deputado estadual, ele nunca obteve dados ou acusações de que havia havido uma anormalidade em seu local de trabalho ou no pagamento de funcionários. Portanto, o conceito de que o congressista se envolveu em uma atividade anormal é apenas uma insinuação e fantasia. Este é apenas mais um elemento na narrativa que eles buscam montar contra a família Bolsonaro. Flávio Bolsonaro confia na justiça e tem certeza de que o fato prevalecerá. “
Covid CPI
O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), anunciou que vai solicitar a convocação da ex-cunhada do presidente Jair Bolsonaro, Andrea Siqueira Valle, para depor perante a comissão. O objetivo da audiência, segundo ele, é se havia um “espelho” do esquema de “rachadinha” do governo federal, que teria a participação direta do presidente, conforme revelado nesta terça-feira pelo UOL.
Em um anúncio via Twitter, Renan chamou a chamada de Andrea de “fundamental”. Segundo ele, “como se sabe, Carlos Bolsonaro é um ator-chave na paralela do ministério e Flávio Bolsonaro um claro influenciador fora das nomeações”.