Dois v?rus isolados no Brasil foram sequenciados por grupo coordenado por Claudio Tavares Sacchi
Divulgado em 48 horas, estudos confiram que o código genético do vírus detectado no primeiro paciente com o Sars-Cov-2 no Brasil é diferente do que foi encontrado no segundo brasileiro com a doença confirmada.
O trabalho tem sido conduzido pelo Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE), coordenado pela diretora do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo, Ester Sabino, e pelo cientista Nuno Faria, da Universidade de Oxford. A pesquisa é financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de S. Paulo (Fapesp).
Sabino explica que o primeiro vírus isolado se parece mais com o vírus que foi sequenciado na Alemanha, com duas mutações similares. Já o segundo brasileiro infectado tem o coronavírus mais parecido com o detectado na Inglaterra.
“Ambos são diferentes das seqüências chinesas. Isto sugere que a epidemia está a crescer na Europa, ou seja, a transmissão interna está a ter lugar entre os países”, disse Sabino.
Se todos os pacientes existentes na Europa tivessem vindo da China diretamente, a sequência genética do vírus seria mais parecida com a encontrada em Wuhan e na província de Hubei, de acordo com os pesquisadores.
Os dois vírus isolados no Brasil foram sequenciados por grupo coordenado por Claudio Tavares Sacchi, responsável pelo laboratário do Instituto Adolfo Lutz, e por Jaqueline Goes de Jesus, pós-doutoranda em medicina pela USP.
Situação no Brasil
O Ministério da Saúde divulgou nesta segunda-feira (2) que o Brasil tem 433 casos suspeitos de novo coronavírus (Sars-Cov-2). Nenhum novo caso foi confirmado neste novo balanço e o país permanece com dois casos confirmados da doença Covid-19. Os dois infectados são brasileiros que estiveram recentemente na Itália. Os dois seguem em isolamento domiciliar.
O atual número de casos representa um aumento de 71%. No domingo, o número de casos suspeitos era de 252. Ao todo, 162 casos foram descartados desde o início do monitoramento.
O ministério não apontou nenhum “caso provável”, que é uma nova categoria incluída pela pasta entre as possíveis em seus balanços. Um caso provável será aquele do paciente que apresentar sintomas e tiver tido contato direto com uma pessoa que teve Covid-19 confirmado.
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